Fiern acredita que setor de confecção será um dos mais afetados pelo aumento da conta de energia elétrica *CLEO LIMA/DO NOVO JORNAL/Eduardo Maia / NJ
“Foi decretada a sentença de morte da indústria potiguar”. A declaração é presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Salles, após o reajuste da energia elétrica anunciado pelo Governo Federal na última terça-feira (14). Para o setor, o aumento chega a 14,4% a partir do próximo dia 22 de abril.
O dirigente demonstrou indignação com as medidas anunciadas pela presidência da República e criticou duramente as políticas adotadas pela gestão federal nos últimos tempos. Segundo Salles, quando o Governo baixou as tarifas por decreto, em 2013, já era esperado que essa conta estourasse na mão do empresariado. “Não se pode baixar tarifa por decreto, isso praticamente quebrou as empresas de produção de energia. É populismo tarifário. Um crime! Agora, com o colapso se anunciando, foi preciso voltar atrás e reajustar, mas a que custo? Temo pelos reflexos desses desmandos”, disparou.
O presidente da Fiern ressaltou que os custos do setor industrial se sustentam sobre três pilares principais – energia, mão de obra e matéria prima. Com o aumento nas tarifas de energia, é inevitável que o impacto seja repassado ao consumidor final, isso ainda no curto prazo. Outra consequência negativa das medidas anunciadas é o surgimento de um ambiente muito propício a demissões em massa. A Fiern não descarta que essa possibilidade venha à tona ainda em 2015. “Precisamos de uma administração que preze pelo desenvolvimento econômico do país, em vez de continuar puxando o cabresto como vem fazendo seguidamente. Precisamos – e queremos – ofertar produtos, vagas de emprego, oportunidades. Mas, em vez disso, acabamos levando outra paulada na cabeça”, lamentou Amaro Salles.
Conforme enumerou a Fiern, os setores mais atingidos da indústria são os de alimentos, confecções, mineração e têxtil. Questionado sobre a existência de alternativas que possibilitem a continuidade da atividade industrial no Estado, o presidente da entidade citou os investimentos em produção própria de energia como forma de amenizar a crise gerada pelo governo federal. “Alguns empresários mais audaciosos já estão fazendo investimentos fortes nesse sentido. A produção própria de energia pode ser uma alternativa no longo prazo. É preciso viabilizar soluções, senão o futuro tende a ser sombrio para a classe empresarial”, arrematou.
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