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sábado, 3 de outubro de 2015

SOBRE A QUEDA DE BRAÇO ENTRE MINEIRO, PT, PSD E A BASE ALIADA

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A semana foi marcada por uma barriga monumental de alguns jornalistas, dando conta da entrega da condição de líder na Assembleia pelo deputado Fernando Mineiro ao governador. Mineiro, não apenas negou, como ironizou o jornalista quando questionado: “fiquei sabendo disso pela sua publicação”. Mas o dado concreto é que, ainda que inverídica, a boataria é alicerçada num processo de azedamento da relação entre Mineiro e o papel que deveria desempenhar na AL. Próximo de setores que hoje travam uma queda de braço com o governo, os grevistas da Uern, por exemplo; o deputado estadual se vê obrigado a falar uma coisa nas redes sociais e nas reuniões para os docentes e articular outra enquanto aliado do governo. Na prática, acaba causando constrangimentos e isto tem desagradado os membros da base aliada. Questionei um deputado da base sobre o porquê de serem raras às vezes em que os parlamentares pegam o microfone e defendem as ações da gestão. Sobre o porquê de votarem de modo fiel, mas em silêncio. (Algo incomum nessa gestão é a ausência de um “pitbull” da administração.

O que falta não é comunicação. Esta faz muito bem o seu papel. Vide blogs, tv e redes sociais. O que os míopes não constatam é que falta é posição política em prol do governo nas instâncias irradiadoras de opinião na sociedade – assembleia, secretarias e até aquela que deveria ser feita pelos cargos comissionados). E ele me explicou que, se o líder, cheio de cargos e secretárias, não defende, ele que não iria se desgastar, fazendo um papel que não é dele. O desenrolar da relação entre o PSD e o PT se desenvolve na forma de um pacto: Mineiro faz de conta que é líder porque não quer sofrer os desgastes naturais da atuação, dado que é pré-candidato à prefeitura do Natal; e Robinson, receoso em não conceder o discurso de desprestígio ao PT, finge que não percebe e mantém Mineiro na condição. Até porque ele deverá entregar a liderança para disputar 2016. Soou, por exemplo, absolutamente contraditório o secretário de planejamento pedir regime de urgência para votar o ajuste fiscal e Mineiro solicitar reuniões para debater de modo mais calmo o tema. A fala de Mineiro poderia até ser classificada por um desavisado de oposicionista.

Para além das impressões, o dado concreto é que o PT foi muito bem pago politicamente com secretarias e cargos, mas não está entregando o produto, que é a sustentação e defesa da gestão. Ora, não existe fidelidade incondicional em política e se o bonde da candidatura de Fátima passar, ela saberá ingressar. Daí o comedimento da senadora em defender o governo de modo mais enfático. Robinson sabe da possibilidade do PT tentar vôo solo em 2018. Mas prestigiado e com mais de uma centena de cargos, além de líder do governo na AL, o PT não poderá dizer amanhã que dessa fonte não bebeu. Se quiser desvincular-se, terá de fazer um malabarismo narrativo gigantesco e com grande possibilidade de não lograr êxito em sua jornada.mO inimigo mora na base, como disse Churchill e eu não canso de repetir aqui para os meus poucos, mas fieis leitores. É bem provável que Mineiro esteja sendo agraciado com fogo (ou aviso) amigo e os jornalistas autores da barrigada foram usados feito bobinhos.

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