
Orçamento deste ano já conta com R$ 10 bilhões de reais em arrecadação da CPMF, mas recriação do tributo não está garantida (Beatriz Albuquerque/VEJA)
O governo prepara novos aumentos de tributos como uma
alternativa para o caso de o Congresso não aprovar a recriação da Contribuição
Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). "Para não errar, pode dizer
que estamos estudando todos os tributos", disse um integrante da equipe
econômica. O orçamento deste ano já conta com 10 bilhões de reais em arrecadação
da CPMF. Porém, a piora no quadro político reduziu as chances, que já eram
pequenas, de recriação desse tributo. Diante de uma rejeição da proposta, o
governo poderia simplesmente admitir um resultado ainda pior para as contas
públicas. Mas essa não é uma alternativa sobre a mesa. "Não ficaremos inertes se
não for possível aprovar a CPMF", disse uma fonte. Ela, porém, não revelou quais
impostos e contribuições poderiam ser elevados como alternativa.
Num quadro de dificuldade de aprovação de medidas no Congresso
Nacional, a opção mais viável são os tributos que podem ser elevados sem
aprovação do Legislativo, como é o caso do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As
contribuições, como o PIS/Cofins, dependem de alteração na lei para serem
elevadas, mas podem ser cobradas 90 dias depois de aprovadas. A pior alternativa
são os impostos, pois esses só são elevados no ano seguinte à aprovação da lei.+
As medidas que dependem do Congresso despertam ceticismo nos
corredores do Ministério da Fazenda. "Mais justo do que recriar a CPMF seria
reverter as desonerações concedidas no passado só para alguns setores", comentou
um técnico. A decisão sobre se e quando os aumentos tributários entrarão em
vigor depende da leitura que o governo faça do quadro político. Por enquanto,
ainda está mantida a aposta na aprovação da CPMF. O governo alega que há espaço
para elevar alguns impostos e contribuições, porque a carga tributária caiu 1%
do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008 para cá. Essa redução foi provocada pelas
desonerações concedidas pelo governo para combater os efeitos da crise
econômica.
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