
Ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves(Pedro França/Agência Senado/VEJA)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em
despacho ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ministro do Turismo, Henrique
Eduardo Alves (PMDB), atuou para receber dinheiro do esquema de corrupção da
Petrobras para abastecer a sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em
2014, na qual saiu derrotado. A informação, revelada pelo jornal Folha de S.
Paulo nesta segunda-feira, consta do pedido de inquérito enviado por Janot ao STF
para investigar, além de Alves, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e o ex-presidente da OAS. "Houve, inclusive, atuação do próprio
Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa destinação de recursos, vinculada
à contraprestação de serviços que ditos políticos realizavam em benefício da
OAS", disse Janot, no despacho. "Tais montantes, por outro lado, adviriam do
esquema criminoso montado na Petrobras e que é objeto do caso Lava Jato",
acrescenta.
A investigação, baseada em mensagens apreendidas no celular de
Pinheiro, aponta que Alves pode ter recebido dinheiro de propina "disfarçado" de
doações oficiais e que os pedidos teriam partido de Eduardo Cunha. A PGR
identificou ao menos oito solicitações de recursos para Alves, feitos por Cunha
a Pinheiro. O ministro declarou que recebeu 650.000 reais da OAS na prestação de
contas da campanha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a procuradoria,
Alves teria se comprometido com a OAS de atuar junto ao Tribunal de Contas da
União e ao Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, onde a empresa tinha
pendências. Em declarações anteriores, Alves, que foi ministro do Turismo de
Dilma e assumiu a mesma pasta no governo Temer, negou todas as acusações,
dizendo que todas as doações de campanha foram registradas no TSE.
(Da redação)
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