
Ministro Lewandoswski convocou a continuidade da sessão de julgamento do processo de impeachment para segunda-feira, com a presença de Dilma.
Após mais de 12 horas de depoimentos no sábado (27), foi
concluída a fase de oitivas das testemunhas de defesa e de acusação do
julgamento do processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Ela
estará no plenário do Senado amanhã (29). O domingo (28) será marcado por
reuniões de parlamentares que defendem o impeachment e também por encontros de
aliados da presidente afastada.
O último a depor na fase de depoimentos foi o professor de
direito tributário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo
Lodi Ribeiro, que falou como informante. Lodi foi questionado por 13 dos 81
senadores, além do advogado de defesa José Eduardo Cardozo e da acusação Janaina
Paschoal. Na avaliação de Lodi, os decretos editados pela presidenta em julho e
agosto de 2015 não eram considerados infração até aquela data pelo Tribunal de
Contas da União, que só em outubro mudou seu entendimento.

“Não entro no mérito dessa mudança ser positiva ou negativa. Naquela momento em que foram editados os decretos, esse entendimento não existia”, disse.
Ao ser questionado pelo senador Magno Malto (PR-ES), que Dilma
teria alterado a meta e “limpado a cena do crime”, Lodi disse que não houve
crime então, “não houve limpeza de cena”. O depoimento de Lodi durou cerca de
três horas e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos trabalhos,
Ricardo Lewandoswski pediu, no início do depoimento, para que o professor se
limitasse a responder às perguntas sobre o aspecto técnico e não se manifestasse
politicamente. Neste sábado também foi ouvido o ex-ministro da Fazenda Nelson
Barbosa, que respondeu às perguntas dos senadores por mais de oito horas.

Ao término dos trabalhos, o Lewandoswski convocou a
continuidade da sessão de julgamento do processo de impeachment para
segunda-feira (29), quando a presidenta afastada Dilma Rousseff fará sua defesa
pessoalmente no plenário do Senado. Dilma terá 30 minutos iniciais, que poderá
ser prorrogado por mais 30, e cada senador poderá fazer questionamentos por até
cinco minutos, as quais Dilma poderá responder, ou não, e utilizar para isso o
tempo que julgar necessário.
Até o momento já se inscreveram para questionar Dilma 47 dos 81
senadores. A presidenta afastada estará acompanhada de cerca de 30 pessoas,
entre ex-ministros, presidentes de partidos aliados, assessores e do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste domingo, às 11h, os defensores do
impeachment vão se reunir no Senado para traçar estratégias sobre os
questionamentos que farão a Dilma e os próximos passos do processo. Aliados de
Dilma também terão reuniões neste domingo com a presidenta afastada, mas no
Palácio do Alvorada, para se preparar para a sessão de segunda-feira.
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