
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgados na quinta-feira (15), o professor brasileiro ganha, em média, 39% do que é pago para os mesmos profissionais nos países desenvolvidos. De acordo com o estudo, o salário mínimo legal no Brasil é de US$ 12.200, por ano, menos da metade da média salarial da OCDE para cada um dos níveis de ensino, e mais baixo que o de outros países da América Latina, como Chile, México e Colômbia.
Em média, nos países da OCDE, o
salário inicial de um docente do mesmo nível é de cerca de 31 mil dólares.
Países como Suíça, Alemanha e Luxemburgo possuem salários iniciais superiores a
45 mil dólares por ano. De acordo com dados do Ministério da Educação, em 2016,
o salário base nacional dos professores passou de R$ 1.917,78, valor em 2015,
para R$ 2.135,64, por mês. Entretanto, ele não é cumprido em todo o país. Dados
da CNTE apontam, que apenas três estados brasileiros cumprem a Lei do Piso
integralmente – Distrito Federal, Piauí e Sergipe.

Segundo o Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE e
Coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE), Heleno Araújo, o estudo da OCDE
reafirma o cenário diagnosticado no PNE 2001-2010, que os professores e as
professoras do Brasil recebem baixos salários, o que obriga o profissional,
muitas vezes, a ter mais de um vínculo empregatício.
“Essa situação foi colocada
como uma das metas do Plano Nacional da Educação a ser alcançada, ou seja, que o
professor possa ter apenas um vínculo empregatício, com um salário digno,
entretanto, a meta não é cumprida”, ressaltou. Para o Secretário, tal situação
ainda persiste porque a Lei Federal 11.738/2008, que institui o Piso Salarial
Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica, não é plenamente
cumprida. “Dar maior atenção às condições de trabalho e a remuneração dos
docentes é urgente e necessário para a melhoria da educação básica no país”,
avaliou.
Levantamento
A análise faz parte do relatório "Education at a Glance 2016",
que conta com dados do Brasil e de mais 40 países. Segundo a OCDE, a maioria dos
dados educacionais são referentes ao ano de 2014 e os dados financeiros são
relativos a 2013. O documento é um compêndio de estatísticas que analisa a
situação da educação nos 35 países membros da organização e em 11 economias
parceiras, como Brasil, China, Índia e Colômbia.
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