
Os servidores públicos do Rio Grande do Norte que são regidos
pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e têm aposentadoria são que têm
mais chances de deixar os quadros do serviço público. É o que afirma o
secretário de Administração do Rio Grande do Norte, Cristiano Feitosa. Ao todo,
pelo menos 450 empregados poderão ser desligados pelo Executivo, o que resultará
em economia anual de aproximadamente R$ 54 milhões. Na manhã desta quinta-feira
(15), Cristiano Feitosa reafirmou que o Estado busca ajustes para se enquadrar
no limite legal da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e as demissões de cargos
efetivos são cogitadas. Ainda de acordo com Feitosa, a lei prevê que, em casos
desse tipo, o Estado pode cortar cargos comissionados, servidores sem
estabilidade e, caso necessário, até os que são efetivos e estáveis.
Porém, o secretário confirmou que as medidas seriam extremas e
que acredita que o Governo encontrará outra solução. Já com relação aos
funcionários que são regidos pela CLT, há um pensamento antigo sobre possíveis
desligamentos e que ganhou força nos últimos dias. Segundo Feitosa, seriam os
casos somente dos funcionários que já possuem aposentadoria pelo INSS e que
acumulam os vencimentos com o salário do estado. Para esses casos, o
desligamento é mais provável. “São empregados que vieram da Datanorte, Bandern,
e regidos pela CLT. Essas pessoas se aposentam pelo INSS, e o TST e STF entendem
que o vínculo de trabalho delas não se extingue com aposentadoria. Então, elas
recebem dobrado. Essas pessoas podem ser desligadas sem nenhum trauma financeiro
ou social”, disse Feitosa. Somente com relação à Datanorte e Ceasa, são
aproximadamente 450 empregados nesta situação, além de outros em situação
idêntica que tiveram ligação com Bandern, Emprotur, Emparn e outros órgãos.
A expectativa inicial é que, com os desligamentos, o Rio Grande
do Norte economize aproximadamente R$ 3,5 milhões por mês na folha de pagamento.
O número, segundo Feitosa, pode aumentar, mas os desligamentos ocorrerão
gradativamente, caso se confirmem pelo Estado. “Atualmente, precisamos cortar R$
8,1 milhões da folha por mês para ficarmos dentro da LRF. Ainda com esses
desligamentos, seriam necessárias outras medidas”, explicou. Com os estudos em
curso pela comissão que trata sobre os ajustes, Feitosa não descarta totalmente
a possibilidade de demissão de servidores estáveis e efetivos. Porém, reafirmou
que não acredita que essas medidas serão necessárias. “Pode demitir? Pode,
porque a lei permite. Vai se demitir? Creio que não porque há perspectivas de
que a receita aumente”, disse Feitosa, explicando que, com o aumento dos
recursos, o estado entraria no limite legal do percentual de gastos com
servidores, que é de pouco mais de 49%. Atualmente, o Governo gasta mais de 50%
de suas receitas com a folha de pessoal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário