
O governador Robinson Faria recebeu do Fórum dos Servidores
Públicos do Executivo uma carta que solicita a pactuação financeira entre os
Poderes, para que o calendário de pagamento do Executivo seja regularizado. O
documento, assinado por seis entidades sindicais, pede, entre outras ações, que
Robinson requeira ao Tribunal de Justiça, à Assembleia Legislativa, ao
Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado a devolução de R$ 398
milhões referentes aos valores recebidos acima da inflação nos anos 2014 e 2015.
A entrega aconteceu na tarde desta segunda-feira, 24, no
auditório da Governadoria. “Gostaria de agradecer esta contribuição dos
sindicatos. Vamos analisar este documento, que se mostra como uma saída
inteligente. Aguardamos que os poderes, assim como vocês, sejam compreensivos
com a situação financeira do Executivo”, afirmou Robinson, que já tem reunião
marcada com os poderes para a próxima quarta-feira, 26. “Se eles forem
compreensivos como vocês, nós teremos a solução”, completou.

Na elaboração do documento, o Fórum levou em consideração que o
Rio Grande do Norte é o quarto estado do país com maior parte da Receita
Orçamentária Líquida do Tesouro (ROLT) sendo destinada aos poderes. De acordo
com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento, o Tribunal de
Justiça Potiguar é o segundo do país em relação ao comprometimento da ROLT,
engolindo 13,55% do total. Neste mesmo ranking, a Assembleia Legislativa do RN
(5,05%) é a sexta e o Ministério Público (4,55%) o sétimo. “Observamos em nossos estudos que a transferência aos poderes
teve um aumento de 90,3% no período que vai de 2010 até agosto deste ano,
enquanto a receita corrente líquida subiu apenas 47,8% e a inflação acumulada
foi de 53,2% no mesmo período”, explicou Pedro Lopes, presidente do Sindicato
dos Auditores Fiscais (Sindfern). Foi ele quem apresentou o conteúdo da carta
aos secretários presentes e ao chefe do Executivo.
Ana Cláudia Gomes, presidente da Associação dos Delegados da
Polícia Civil (Adepol), destacou a importância da união de forças no
enfrentamento do problema. “O que nos interessa é encontrar uma solução. É uma
crise de estado, então é fundamental que nós possamos dar as mãos para
enfrentá-la. O que não pode é apenas os servidores do Executivo serem afetados
como se fossem os culpados pelas crise”, destacou ela. O Fórum reúne ainda os sindicatos dos Policiais Civis (Simpol),
dos Servidores da Administração Direta (Sinsp-RN) e dos Servidores da
Administração Indireta (Sinai), além da Associações dos Bombeiros Militares
(ABM-RN). Do Executivo, estavam no encontro a chefe do Gabinete Civil, Tatiana
Mendes Cunha, os secretários de Planejamento, Gustavo Nogueira, de
Administração, Cristiano Feitosa, de Comunicação, Juliska Azevedo, o adjunto de
Tributação, Fernando Amorim, o consultor geral do Estado, Alexandre Pinto
Varela, e o procurador geral do Estado, Francisco Wilkie.
Fotos: Ivanízio Ramos
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