
Sergio Cabral e propinas nas obras da Copa (VEJA)
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi preso na
manhã desta quinta-feira na 37ª fase da Operação Lava Jato, uma operação
conjunta da Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e a Receita
Federal. Cabral é acusado de chefiar um esquema criminoso que movimentou mais de
200 milhões de reais em propinas a agentes estatais em obras executadas com
recursos federais. “A apuração em curso identificou fortes indícios de
cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o
pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado
do Rio de Janeiro”, diz nota divulgada pela PF. A ação conjunta da PF,
Ministério Público Federal e Receita Federal foi montada com base na delação
premiada do dono da Delta Engenharia, o empreiteiro Fernando Cavendish, e em
relatos de diretores da Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez. Além de Cabral
também foram presos seu braço-direito e ex-chefe da Casa Civil, Wilson Carlos,
seu ex-assessor Wagner Jordão Garcia e ex-secretário de Obras, Hudson Braga.
Todos são suspeitos de lavagem de dinheiro, corrupção e associação criminosa.
Cabral teve contra si dois mandados de prisão expedidos, já que ações paralelas
correm na Justiça Federal do Rio de Janeiro e do Paraná. Um dos mandados é do
juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro; outro do juiz Sergio
Moro, da 13ª vara federal de Curitiba. Mulher do ex-governador, a advogada
Adriana Ancelmo também foi levada para a sede da PF, em virtude de um mandado de
condução coercitiva.
Participam da operação 230 policiais federais que cumprem 38
mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, dois mandados
de prisão temporária e catorze mandados de condução coercitiva, expedidos pela
7ª vara federal do Rio de Janeiro. Agentes cumprem ainda catorze mandados de
busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão
temporária expedidos pela 13ª vara federal de Curitiba. A nova etapa foi
batizada de Operação Calicute, uma referência à tormenta de enfrentada pelo
navegador português Pedro Álvares Cabral em Calicute, na Índia. As investigações
da Operação apontam cartelização de obras em estádio do Maracanã e do Arco
Rodoviário Metropolitano. Por volta das 6 horas da manhã, três viaturas da PF –
duas descaracterizadas – já estavam em frente ao prédio de Cabral, no Leblon,
Zona Sul da capital fluminense. Cabral é o segundo ex-governador do Rio preso em
dois dias – na manhã desta quarta-feira Anthony Garotinho foi
preso acusado de compra de votos. São investigados os crimes de
organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro,
entre outros. Também participam das diligências 19 procuradores do MPF e cinco
auditores fiscais da Receita. A Operação Calicute é resultado de investigação em
curso da Lava Jato no Rio de Janeiro, em atuação coordenada com a força-tarefa
do Paraná
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