
Os deputados estaduais aprovaram nesta quinta-feira (17), à
unanimidade, as alterações propostas pelo Governo do Estado à Lei Estadual nº
10.112, que dispõe sobre o Programa de Recuperação de Créditos Tributários
(Refis). A matéria foi submetida à votação em plenário após discussão com
representantes da classe produtiva do Estado e do Executivo Estadual. “Após o
debate que promovemos ontem acerca dessa matéria, oportunidade em que reunimos
deputados, membros do Governo do Estado e representantes das entidades do setor
empresarial, o Colegiado de Líderes da Casa entendeu o caráter de urgência da
matéria e a sua importância para a retomada econômica do Estado”, disse o
presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB). O Refis
estabelece o refinanciamento de débitos das empresas em relação ao ICM, ICMS,
IPVA e ITCD. As alterações aprovadas nesta quinta ampliam os prazos e reduzem o
valor de entrada do pagamento para quitação das dívidas junto ao fisco estadual.
Com isso, a adesão ao Refis passa a ser feita com o pagamento à vista do débito
ou de pelo menos 15% (o projeto original previa 30%) do total do parcelamento,
além da redução de 65% do valor das multas, juros e demais acréscimos legais
para pagamento em 37 a 48 parcelas. Para as micro e pequenas empresas, a redução
será de 60% para pagamento em até 72 parcelas.
Outra mudança aprovada no Refis refere-se ao percentual dos
honorários advocatícios, quando da cobrança extrajudicial ou judicial dos
créditos, que cai da faixa de 3% a 5% para 1% a 2,5%. As alterações ao programa
foram provocadas pelas entidades empresariais, que entendem que as modificações
ao Refis trarão mais adesões e consequente arrecadação ao Estado, estimada em
cerca de R$ 200 milhões. Durante a deliberação da matéria em plenário, o
deputado George Soares (PR) enalteceu a iniciativa do Governo e disse que o
Refis irá contribuir com as finanças do Estado. “Acredito que essa alternativa
dá condições para um bom encerramento de ano para o Estado, conseguindo pagar os
salários e décimo terceiro do funcionalismo público”, avalia. O deputado Hermano
Morais (PSDB) ressaltou a possibilidade de renegociação de dívidas para os
contribuintes (empresários) e a expectativa de arrecadação. “Importante que
aqueles que estão em débito com o Estado possam colocar em dia sua situação
fiscal.
Espero que a expectativa de arrecadação se concretize, mas que
o Refis não se transforme numa prática anual, pois termina penalizando aqueles
que, mesmo na crise, pagam em dia seus compromissos”, comentou o parlamentar. A
preocupação externada por Hermano foi acompanhada pelo deputados Fernando
Mineiro (PT) e Kelps Lima (Solidariedade), que também fizeram ressalvas ao
programa apesar de votarem a favor da matéria. “O refinanciamento acaba sendo
uma premiação ao contribuinte sonegador e um péssimo hábito para a cultura
tributária do nosso Estado. Meu voto é favorável por entender a situação
econômica do Estado, mas há de se pesar os reflexos”, declarou Mineiro. A
deputada Márcia Maia (PSDB) reforçou a importância da aprovação do programa para
a recuperação econômica do Rio Grande do Norte e a sua contribuição para o
funcionalismo público. Tomba Farias (PSB) lembrou ainda a emenda que apresentou
ao projeto sugerindo a destinação de 20% dos recursos arrecadados para a área da
Saúde. A nova lei segue agora para sansão pelo Executivo Estadual. Após
regulamentada, o empresário terá um prazo de 45 dias para aderir ao programa de
recuperação de créditos.
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