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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

ITEP IDENTIFICA 7 DOS 26 CORPOS DE PRESOS MORTOS EM REBELIÃO NO RN

Ao todo, até o momento, Itep já recolheu corpos de 26 presos em Alcaçuz (Foto: Divulgação/PM)
Ao todo, até o momento, Itep já recolheu corpos de 26 presos em Alcaçuz (Foto: Divulgação/PM)
Dos 26 corpos encontrados após a rebelião da Penitenciária de Alcaçuz, sete já foram identificados. Essa já é a rebelião mais violenta da história do Rio Grande do Norte. 15 detentos foram decapitados e dois dos presos mortos tiveram os corpos carbonizados. Segundo o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), o trabalho de identificação dos cadáveres pode demorar até um mês.

Na terça-feira (17), mais três mortos foram identificados. São eles: Tarcisio Bernardino da Silva, Antonio Barbosa do Nascimento Neto e Jefferson Souza dos Santos. Na segunda-feira (16) os corpos de Jefferson Pedroza Cardoso, Anderson Barbalho da Silva, George Santos de Lima e Diogo de Melo Ferreira foram identificados. Segundo o Itep, os corpos estão em uma carreta-frigorífico no quartel da Polícia Militar e serão levados de quatro em quatro para o Instituto. 

Os peritos coletarão as impressões digitais dos mortos e farão exame de raio-x da face, que deve ajudar a identificar os detentos pela arcada dentária. Além disso, legistas do Ceará e da Paraíba foram deslocados para ajudar no trabalho de identificação.Depois que todos forem examinados, os dados coletados serão cruzados com o sistema de identificação do Instituto, que entrará em contato com as famílias dos presos conforme eles forem identificados. A assessoria da Sejuc informou que a busca de corpos nas fossas será feita pelos bombeiros quando houver segurança para os profissionais. Por volta da 13h30 desta terça-feira (17), uma escavadeira chegou ao presídio. De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o equipamento será usado para diligências em busca de novos corpos dentro da unidade.

Rebelião
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, a rebelião em Alcaçuz começou na tarde do sábado logo após o horário de visita. O secretário disse que os presos do pavilhão 5, que abriga integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), usando armas brancas, quebraram parte de um muro e invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato do Crime, facção criminosa rival do PCC. 

A rebelião foi controlada na manhã de domingo (15). Ainda de acordo com Virgolino, todos os 26 mortos são do Sindicato. Na segunda-feira, os presos amanheceram em cima dos telhados dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de bandeiras com as siglas de facções criminosas. Na terça (17) os presos voltaram a se rebelar. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e armas com munição não letal para conter os detentos. Eles seguem soltos dentro da unidade prisional, mas não há confronto entre as duas facções.

PM e GOE entraram na unidade prisional nesta segunda para tentar retomar o controle (Foto: Josemar Gonçalves/Reuters)
PM e GOE entraram na unidade prisional nesta segunda para tentar retomar o controle (Foto: Josemar Gonçalves/Reuters)

Rebeliões e fugas
A última rebelião em Alcaçuz foi registrada em novembro de 2015. Houve quebra-quebra após a descoberta de um túnel escavado a partir do pavilhão 2. “Assim que acabou a visita social, por volta das 15h, os presos se amotinaram”, disse o secretário de Justiça da época, Cristiano Feitosa.


Mais de 100 presos conseguiram escapar do presídio no ano passado, em 14 fugas. A maioria deixou o presídio por meio de túneis escavados a partir dos pavilhões ou por buracos abertos no pé do muro, sempre sob uma guarita desativada ou sem vigilância.


Calamidade pública
O sistema penitenciário potiguar entrou em calamidade pública no mesmo mês, em março de 2015. Na ocasião, foram gastos mais de R$ 7 milhões para recuperar 14 presídios depredados durante motins, mas as melhorias foram novamente destruídas. Atualmente, em várias unidades as celas não possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.


Segundo a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc), órgão responsável pelo sistema prisional do estado, o Rio Grande do Norte possui 33 unidades prisionais, que oferecem 3,5 mil vagas, mas a população carcerária é de 8 mil presos - ou seja, o déficit é de 4,5 mil vagas.
 

Rebelião Alcaçuz RN - Arte (Foto: Editoria de Arte/G1)

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