
Os gestores municipais iniciam o ano com uma prévia de planejamento
orçamentário para que seja executado ao longo do período, entretanto, a
realidade vivenciada por estes gestores é bem diferente, pois o orçamento sofre
muitas alterações até que sejam efetuados todos os repasses. Diante disso, de
acordo com a premissa da Lei a Responsabilidade Fiscal (LRF), os Municípios
deveriam ajustar o planejamento, adequando-se aos novos valores.
Portanto, as avaliações bimestrais expostas em relatórios que avaliam o Fundo
de Participação dos Municípios (FPM) são importantes para que os Municípios
possam ter noção do comportamento do fundo. A variação dos repasses costumam ser
uma das maiores preocupações dos gestores quanto ao FPM, uma vez que os valores
estimados pelo governo tendem a não se concretizar, agravando ainda mais as
dificuldades em que já estão inseridos os Municípios com a impossibilidade de um
planejamento orçamentário.
O Ministério do Planejamento divulgou o Relatório de Avaliação Fiscal e
Cumprimento de Meta, referente ao 1° bimestre de 2017, e nele demonstrou que as
expectativas do governo federal para este ano não são nada animadoras. De acordo com as determinações da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o
relatório evidencia as perspectivas econômicas para o ano, bem como a realização
de receitas e despesas orçamentárias, de modo a controlar a obtenção da meta
fiscal estabelecida. No entanto, as perspectivas econômicas divulgadas nos
relatórios ao longo de 2017 se mostraram mais pessimistas do que estavam
planejadas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa). A deterioração do ambiente macroeconômico no médio e longo prazo, em conjunto
com a confiança dos agentes econômicos são determinantes no cenário que o país
atravessa atualmente. São vários os fatores que trazem prejuízos, segundo o
relatório, conforme demonstram as expectativas do governo. Para o ano de 2017,
projeta-se a inflação de 4,3% e, ainda, espera-se uma retração na economia de
0,5%, ou seja, novamente uma queda no Produto Interno Bruto (PIB).
O governo estima uma arrecadação de Imposto de Renda (IR) e de Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) no valor de R$ 398,4 bilhões na Ploa, e quando
teve a regulamentação do projeto e virou Lei Orçamentária Anual (LOA), o
Congresso Nacional reajustou os valores, e o valor total da soma dos dois
impostos subiu para R$ 405 bilhões. Diante das informações divulgadas na Ploa e LOA, no Relatório de Avaliação, a
arrecadação de IR, líquido de incentivos fiscais, será de R$ 343,1 bilhões e do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deverá ser de R$ 47,6 bilhões. O
governo revisou a LOA e diminuiu a projeção da arrecadação dos IR e IPI para R$
390,8 bilhões. Esses dois impostos são os que compõem o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM).
Alerta CNM
A CNM alerta para as consequências negativas
da variação da estimativa do FPM na LOA. No início do ano, a previsão para o
fundo era de R$ 99,2 bilhões, mas logo foi alterado. Nesta avaliação bimestral,
a estimativa sofreu uma redução de 3,5%.
Sendo assim, ficou previsto que para 2017, o FPM será de 24,5% do montante
arrecadado de IR e IPI. Com isso, estima-se que o Fundo desse ano será de R$
95,7 bilhões, considerando neste acumulado os valores dos repasses extras de
julho e dezembro. A Confederação ainda alerta os gestores que mesmo que esses montantes
estimados sejam repassados, não serão suficientes para conter a crise instaurada
nos Municípios brasileiros, pois as despesas estão caminhando em descompasso com
as receitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário