Páginas

BUSCA NO BLOG

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

BRASIL: EX-GERENTE DA PETROBRÁS ACUSADO DE PROPINAS CHORA A MORO POR LIBERDADE

Acusado de propinas na Lava Jato, o ex-gerente da área internacional da Petrobrás Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos chorou em audiência com o juiz federal Sérgio Moro, seus defensores e o Ministério Público Federal na qual admitiu ter recebido R$ 4,8 milhões do operador do PMDB, João Augusto Henriques, mas negou que o dinheiro seja ilícito. Preso desde maio, ele caiu aos prantos ao clamar para que possa responder pelo processo em liberdade. Cortes Xavier foi preso em 26 de maio na Operação Poço Seco, fase 41 da Lava Jato, sob acusação de receber US$ 4,8 milhões em propinas na conta da offshore Sandfield, na Suíça, da qual supostamente era beneficiário. 
Em contrapartida, ele teria se utilizado de seu cargo para dar amparo técnico a um negócio envolvendo a venda de um campo seco de petróleo em Benin, na África, da empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH) para a Petrobrás, em 2011. “Estou há quase três meses preso, em prisão preventiva, minha segunda recusa da liberdade foi que os extratos não estavam presentes. Que a entrega desses extratos era negociada com o MP desde dezembro de 2016, por alguma razão que desconheço as negociações não foram à frente. Eu me senti dono de uma operação como se fosse um grande agente que fizesse mal à sociedade. Eu tenho um filho de 16 anos longe de mim em uma fase péssima. A primeira parte eu estou arrependido de ter recebido. Mas eu creio que tudo isso eu poderia estar respondendo em liberdade.”
Apesar de confessar o recebimento de valores do operador do PMDB em negócio na África, ele nega a origem ilícita do dinheiro. Ele negou a Moro informações sobre transferências de sua conta alvo de investigações. Após o choro do réu, Moro voltou a perguntar sobre outras contas atribuídas pelo Ministério Público Federal a Xavier – das quais ele nega ser o titular. Xavier: “Desculpe se não me fiz entender, mas disse que nenhuma dessas contas são minhas, nenhuma outra offshore.”
Moro: “O senhor já mentiu antes, não foi?
Xavier: “Eu fiquei nervoso, não respondi. Foi falha da minha parte, logo após eu vim e fiz a retificação. E essa parte das empresas é só verificar na internetr que as empresas existem e nenhuma é minha, não tem o João Augusto.”
Moro: “Se o senhor esclarecesse ficaria mais fácil.”
Segundo a denúncia, Cortes Xavier ‘atuou em conjunto e por influência do operador João Augusto Rezende Henriques, que agia como verdadeiro representante do interesse dos agentes públicos corruptos na negociação com empresário português Idalécio Oliveira’. O ex-gerente da Petrobrás admitiu que, em 2010, prestou uma consultoria a Henriques na África e que, no ano seguinte, para receber uma gratificação de R$ 700 mil, foi auxiliado pelo operador do PMDB a abrir uma conta na Suíça.
Segundo o ex-gerente, em outra operação com Henriques também na África, sua comissão sido de R$ 4 milhõesNo mesmo depoimento, Xavier admitiu ter declarado os valores somente em 2017, negou ao juiz federal Sérgio Moro informações sobre a quem teria repassado parte do que recebeu e alegou que o dinheiro é lícito. Ele também disse não ter comunicado a Petrobrás sobre os negócios que fazia na área de petróleo alegando serem ‘estes privados’.

Nenhum comentário:

Postar um comentário