Adolescente suspeito de efetuar disparos está apreendido (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Após deixar o colégio
particular de Goiânia em que um aluno de 14 anos atirou contra
colegas, o delegado Luiz Gonzaga Júnior informou na tarde desta
sexta-feira (20) que a tragédia poderia ser ainda maior se um professor não
interviesse, pois o atirador tinha mais munição. Dois alunos morreram, e outros
quatro ficaram feridos. “Ele ia matar todo mundo.
Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro e quando foi
carregar o segundo, foi abordado pela coordenadora. Ele pensou até em se matar,
apontou a arma para a cabeça, mas ela o convenceu a entregar a pistola para
ela”, disse ao G1 o
titular da Delegacia Estadual de
Apuração de Atos Infracionais (Depai).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/y/X/fyjW8YR0GxAR0xS15JyQ/joao-pedro2.jpg)
João Pedro Calembo foi o primeiro a ser ferido , segundo o delegado (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro
Calembo, cujas idades ainda não foram divulgadas, morreram no local.
Os outros quatro alunos feridos, sendo três meninas e um menino, estão
internados em hospitais da capital. O delegado disse que o
adolescente atirou primeiro contra João Pedro porque tinha um desafeto com ele.
Porém, Júnior não soube dizer o motivo deste conflito. vO autor dos disparos foi
apreendido e levado para a Depai. Em depoimento, o adolescente contou que
planejou o ato por dois meses. Ele se inspirou no massacre de Columbine, "Alvo
era um aluno só, mas na hora decidiu atirar contra mais pessoas", contou o
delegado.
O crime ocorreu às 11h50.
Testemunhas relataram ao G1 que
o adolescente, que cursa o 8º ano e é filho de policiais militares, estava
dentro da sala e, no intervalo entre duas aulas, tirou da mochila a arma, uma
pistola .40, e efetuou os disparos. Em seguida, quando ele se preparava para
recarregar o revólver, foi contido por alunos e professores.
O que se sabe até agora:
Sequência de fatos:
· Colegas relatam que ouviram
um barulho.
· Em seguida, os alunos viram o
adolescente tirando a arma da mochila e atirando para todos os lados.
· Alunos correram para fora da
sala de aula
· Assim que descarregou o
cartucho, o aluno se preparava para recarregar a arma.
· Estudante foi abordado por
professores e alunos.
Pânico
Uma estudante de 15 anos
relatou que, quando ouviu o primeiro disparo, não imaginou que fosse um tiro. "Pensei
que eram balões estourando porque amanhã seria nossa feira de ciências. Depois,
ouvimos o barulho novamente e alguém gritou 'é tiro'. Aí começou o
desespero", contou. Outra colega, de 13 anos,
disse que ficou em pânico. Ela contou que todos saíram correndo da sala. “Ele
saiu dando tiro em todo mundo da sala. Eu segurei na mão da minha amiga e fui
até a polícia. Não sabia o que fazer”, disse ela.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/R/g/A1CggFSHuxz0pmpUBlKA/mortos2.jpg)
Estudantes mortos em ataque dentro de escola aparecem em centro de foto da turma (Foto: Arquivo Pessoal)
Bullying
O coronel da Polícia Militar
Anésio Barbosa da Cruz informou que o autor dos disparos era alvo de chacotas
de colegas. “Informações preliminares dão conta que ele estaria sofrendo
bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”,
disse. Um aluno de 15 anos, que
estava na sala no momento do tiroteio, também contou que o adolescente era
vítima de piadas maldosas. "Ele
sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante.
No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não
escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", relatou o estudante. Outra colega do 8º ano do
Ensino Fundamental contou que o colega já tinha feito ameaças. "Ele
lia livros satânicos, falava que ia matar alguns dos colegas. Um dos garotos
que foi morto falava que ele fedia e chegou a levar um desodorante para
sala", contou. O G1 entrou em contato, às
12h50, por telefone, com o Colégio Goyases e foi informado pela coordenadora
que toda a equipe está “consternada” e que a administração da escola não irá se
manifestar por enquanto. A escola particular tem
turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, com crianças e adolescentes de
idades entre 6 e 15 anos.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/7/Z/Hy7uQmRwWEuTU0EIUBAA/googlr.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário