/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/K/Y/SGJHBUSYS5YFaB8XZOmQ/comportas.jpg)
Água esverdeada chama atenção nas comportas da barragem Armando Ribeiro, em Itajá (Foto: Renato Medeiros)
A coloração esverdeada das águas que saem da
barragem Armando Ribeiro Gonçalves – maior reservatório hídrico do Rio Grande
do Norte – já começa a chamar a atenção. E não é para menos. Atualmente,
moradores de 40 municípios dependem e bebem dessa água. O vídeo acima,
gravado nesta terça (26), mostra as comportas da barragem, que fica na cidade
de Itajá, e também o motivo do receio.
O G1 procurou o Instituto de Gestão
das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn), responsável pelo
monitoramento dos reservatórios do estado. Segundo o órgão, apesar da cor, a
população pode ficar tranquila, já que a vazão que sai da barragem ainda vai passar
por tratamento antes de chegar às torneiras. No entanto, não se pode afirmar
até quando será possível garantir a qualidade dessa água. "Não é possível afirmar até quando a água
poderá ser tratada. O que se tem de certo é que, quanto mais diminui o volume,
mais necessário será a implantação de produtos e insumos para o processo de
tratamento", ressaltou Josivan Cardoso, diretor-presidente do Igarn.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/k/4/6xCNNTTmi4qpTEAuuKPw/armando-1.jpg)
Volume morto
A barragem Engenheiro Armando Ribeiro
Gonçalves teve sua construção concluída em 1983. Tem capacidade para 2,4
bilhões de metros cúbicos de água. Porém, atualmente tem apenas 11,97% desse
montante, o que representa um nível de 287 milhões de metros cúbicos.
Estudiosos dizem que, com 10%, a barragem entra no chamado volume morto, que é
quando a água que resta já não serve mais para o consumo humano.
Seca histórica
O Rio Grande do Nortre enfrenta a pior
escassez de água de sua história. São seis anos com chuvas abaixo da
média. Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em calamidade por causa da
seca. Isso significa 92% do estado. Além disso, atualmente 16 cidades estão em
colapso no abastecimento, ou seja, sem água nas torneiras. Em outras 80, a
Companhia de Águas e Esgotos do estado criou sistemas de rodízio para garantir
o mínimo de fornecimento. E os prejuízos, segundo o governo, já passam dos R$ 4
bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.
Esperança
As previsões para 2018 são um alento, mas não
garantias. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), o estado deve ter chuvas acima da média ano que vem, mas nada
suficiente para encher os grandes reservatórios. Caso contrário, o sofrimento
das marias e de quase toda a população do estado não tem como diminuir.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/1/G/IDsm5GShGqWaslJ4W28A/santana-do-matos-18.jpg)
Com as torneiras vazias, população de Santana do Matos precisa recorrer aos chafarizes para ter o que beber (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Presente de fim de ano
No início da semana, o G1 visitou
a cidade de Santano do Matos, no 'coração' do Rio Grande do Norte. A cidade
está na lista das que estão em colapso. Com as torneiras vazias, é precisa
recorrer a chafarizes para ter o que beber. Lá, a população só quer um presente
neste fim de ano: que as chuvas voltem a cair.
Nenhum comentário:
Postar um comentário