/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/12/21/oiticica_6.jpg)
Os R$ 311 milhões garantidos pela União para a
construção da Barragem de Oiticica, na região Seridó potiguar, estão acabando,
mas a obra só está 65% concluída. É o que afirma o governo do Rio Grande do
Norte, que busca o acréscimo de mais R$ 239 milhões por meio do Programa de
Aceleração de Crescimento (PAC). Sem isso, a obra só deve se sustentar por mais
três ou quatro meses e parar. Uma reunião sobre o assunto aconteceu nesta
quarta-feira (10), entre o ministro da Integração, Antônio de Pádua, o
secretário de Recursos Hídricos do RN, Mairton França, e a bancada federal. O
acréscimo solicitado significa um aumento de quase 76,8% no valor final do
projeto, que agora é previsto em R$ 550 milhões. O governo também quer zerar a
contrapartida do Estado que atualmente é de 6,11%.
A barragem idealizada há quase 70 anos começou
a ser construída apenas em 2013 e tinha previsão de conclusão para 2015.
Oiticica é anunciada como garantidora de segurança hídrica para 21 municípios,
atendendo diretamente 330 mil pessoas e, indiretamente, 2 milhões de
potiguares. Quando concluída, será o terceiro maior reservatório do estado, com
capacidade para 570 milhões de metros cúbicos de água. Oiticica terá uma extensão de 7 quilômetros. O
paredão principal, de concreto compactado a rolo, tem cerca de 4,5 km de
extensão. Ainda existem dois paredões auxiliares, sendo um deles feito com
enrocamento e que ainda está em fase de fundação. Em junho de 2017, em entrevista ao G1, Mairton
França já havia informado que a obra ia precisar de mais recursos e estava em
andamento reduzido.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/D/B/dzEe1qRGWjXHX0kAyKQw/integracao.jpg)
Governo e bancada federal do RN tentam conseguir recursos federais para obra da Barragem de Oiticica, iniciada em 2013 (Foto: Governo do RN/Divulgação)
Mobilização política À época, o governo estimava que a obra custaria mais de R$ 415
milhões.
Três anos após o prazo incialmente
estabelecido, a obra ainda está em andamento lento, segundo reconhece o
secretário. Para Mairton, quando os recursos forem liberados, ainda serão
necessários mais 12 meses para a conclusão.
O estado se mobiliza politicamente porque o
Ministério do Planejamento já considera que a União executou os R$ 311 milhões
previstos pelo PAC, embora haja consenso dos órgãos estaduais e federais, como
o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Denocs), sobre a necessidade
dos R$ 239 milhões.
“É
necessário um grande esforço político para ampliarmos a carteira de Oiticica no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), remanejando de outras obras, que
estão previstas, mas não serão executadas no programa”, defendeu ele. Entre os encaminhamentos da reunião, ficou
decidido que o governo e a bancada vão reforçar a solicitação ao Ministério do
Planejamento e o presidente, para que seja feito o remanejamento e o ajuste na
carteira de Oiticica no PAC.
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/12/21/oiticica_3.jpg)
Barragem de Oiticica (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Histórico de atrasos
A barragem de Oiticica passou por inúmeras
etapas e estudos de viabilidade. A primeira delas teve início em 1950 pelo
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs. A segunda, teve início
em 1989, realizado por um convênio entre o governo do Rio Grande do Norte e o
próprio Dnocs, tendo sido novamente paralisada em 1993. Os estudos foram novamente recomeçados e o
projeto, que até então previa um reservatório com 1 bilhão de metros cúbicos de
capacidade, beneficiando municípios potiguares e também algumas cidades da
Paraíba, foi alterado.
Foi quando a barragem passou a contar com a metade da
capacidade original. Em 2007, após licitação para a escolha da empreiteira que
deveria transformar o sonho em realidade, o Tribunal de Contas da União
contestou o resultado da licitação por enxergar irregularidades no processo. Em 2013, Oiticica foi desengavetada e incluída
no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2, passando a beneficiar apenas
municípios do RN. Naquele ano, então, as obras finalmente foram iniciadas. Na
ápoca, a previsão era de que o reservatório fosse inaugurado em dois anos.
Porém, as constantes interrupções em razão dos retardos e queda dos valores,
além da falta de solução para os projetos sociais (desapropriações, cemitério e
novas moradias) levou a quatro paralisações por parte de um movimento que representa
os moradores da região, atrasando a construção.
Três contratos garantem a execução das obras.
Segundo a Semarh, a parede da barragem é de responsabilidade do consórcio
EIT/Encalso. Já a construção da Nova Barra de Santana, está por conta do consórcio
Solo Moveterras/Consbrasil. E ainda tem a KL Consultoria, empresa contratada
para cuidar dos estudos, projetos executivos, supervisão e acompanhamento das
obras. A construção demanda a desapropriação de
terras e a construção de praticamente uma nova cidade. Na Nova Barra de
Santana, irão morar cerca de 1.500 pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário