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A atriz Beatriz Segall morreu nesta quarta-feira
(5) aos 92 anos, informou a assessoria de imprensa do hospital Albert Einstein,
na Zona Sul de São Paulo, onde
ela estava internada.
Em uma carreira de mais de 70 anos dedicada aos
palcos e à TV, Beatriz Segall viveu em 1988 o papel que a eternizou na
teledramaturgia brasileira. Após 192 capítulos da novela “Vale tudo”, a vilã
interpretada pela atriz carioca morria com três tiros e fazia o país inteiro se
perguntar: “Quem matou Odete Roitman?” Beatriz Segall esteve internada no Hospital Albert
Einstein, em São Paulo, e tinha
recebido alta no dia 21 de agosto por problemas respiratórios. O
hospital não informou quando ela voltou a ser internada. A causa da morte não
foi divulgada.
Segundo a assessoria de imprensa da atriz, Beatriz
Segall morreu por volta de 12 h. Ela será velada no próprio hospital a partir
das 19 h e o corpo será cremado nesta quinta-feira (6) em Itapecerica da Serra,
na Grande São Paulo.
Saúde
Em 2013, Beatriz Segall tropeçou
em pedras portuguesas soltas em uma calçada da Gávea, Zona Sul do
Rio, e ficou pelo menos 20 dias em casa para se curar de um grande hematoma em
seu rosto. Na ocasião, o ex-prefeito Eduardo Paes pediu desculpas à atriz. Em 2015, Beatriz Segall se machucou com gravidade
ao cair
no palco durante a apresentação da peça “Nine - Um Musical Feliniano”,
em São Paulo. Naquela ocasião, ela passou por uma cirurgia no braço direito e
acabou substituída no espetáculo. A última participação da atriz na TV foi na série “Os experientes”,
há quase três anos.
Carreira
Odete Roitman foi a personagem que marcou a
carreira de Beatriz Segall na TV brasileira. A associação com a sofisticada
personagem da novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi
tanta que Segall passou a receber apenas convites para papéis refinados.
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“Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na
história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu. Até hoje eu
sou chamada de Odete na rua. Em Cuba me chamaram de Dona Odete”, disse a atriz. “Criou-se um mito, que atrapalha um pouco, de
sempre fazer papel de chique, de bem-vestida. Eu queria fazer o papel de uma
mulher bem povão, mas o público não aceitou.”
Teatro
Nascida em 25 de julho de 1926 no Rio de Janeiro,
Segall fez sua primeira peça durante um exercício de língua na Aliança
Francesa. Convidada para se tornar profissional, recusou por causa da
desaprovação do pai, que queria que ela fosse professora. Pouco depois ela participou de um filme, “A beleza
do diabo” (1950), quando decidiu fazer um curso de intepretação.
Após
participar de um trabalho semiamador com outras atrizes que também estavam
começando, como Fernanda Montenegro e Nicette Bruno, foi à França estudar
teatro e literatura. Ao retornar ao Brasil, recusou outra peça e ficou
por 14 anos como dona de casa, após se casar com o museólogo, exonomista e
autor teatral Maurício Segall, filho do artista Lasar Segall. Até que em 1964
aceitou um papel no Teatro Oficina a convite do diretor José Martinez Corrêa. Além de atuar em algumas novelas e filmes,
recuperou com o marido o Teatro São Paulo, que administrou até 1974.
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Na TV
A estreia na Globo aconteceu em 1978, na novela
“Dancin’ days”. Após agradar o público, no ano seguinte esteve na novela “Pai
herói”, quando viveu a vilã Norah. Em 1980, participou do premiado filme “Pixote, a
lei do mais fraco”, dirigido por Hector Babenco. Oito anos depois, após
passagem por outras emissoras, voltou à Globo para viver seu papel mais
icônico. Mesmo assim, após muita insistência do autor
Gilberto Braga, que fazia questão da atriz como Odete Roitman.
Na época, Segall
estava em cartaz no teatro, e não aceitou o projeto inicialmente. A atriz chegou até a repetir o mesmo papel em duas
novelas diferentes. A miss Penélope Brown estreou em 1990 em “Barriga de
aluguel”, de Gloria Perez. Em 2001, ela voltava a aparecer em “O clone”, da
mesma autora. Na Globo, seus últimos trabalhos foram na novela
“Lado a lado”, em 2012, na qual interpretou uma rica senhora francesa, Madame
Besançon. Em 2015, esteve no seriado “Os experientes”, que abordava a vida na
terceira idade.
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