
Da Agência Brasil
Devido aos índices de chuva no Brasil dentro da expectativa para o mês
de outubro, a bandeira tarifária da conta de energia elétrica para dezembro
dificilmente retornará para a bandeira vermelha, disse o diretor-geral da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone. “Reverter acho
difícil, no pior estágio seria manter a amarela”, disse. A Aneel pode inclusive analisar a possibilidade de adotar a bandeira
verde no próximo mês. O estudo levará em conta a melhora nos níveis dos
reservatórios diante da quantidade de chuva no Brasil durante novembro. Segundo
o diretor-geral do órgão regulador, André Pepitone, é preciso aguardar mais um
pouco para avaliar alguns fatores que influenciam o modelo que determina a
escolha da cor da bandeira.
Entre os fatores está o nível de armazenamento e o GSF- fator que mede o
nível entre a energia produzida pelos geradores do Mecanismo de Realocação de
Energia (MRE) e a soma das garantias físicas deles. É com este fator que se
avalia quanta energia será alocada em cada usina. Conforme o diretor-geral, as chuvas estão boas e dentro das
expectativas, ainda assim é preciso esperar, porque está no começo do mês, mas
ele acrescentou que o prognóstico é bom. “De acordo com o cenário hídrico que
estamos vivenciando hoje ele se apresenta favorável, mas temos que aguardar
para não fazer um exercício de futurologia”, disse.
Pepitone estimou que após o dia 20 será possível “ter uma sensibilidade
com grande precisão” para definir a cor da bandeira. O diretor-geral da Aneel participou
do 8º Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira e do 14º Brazil
Energy and Power, organizados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Câmara
de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio)
Chuvas
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz
Eduardo Barata, disse que está muito feliz com a quantidade de chuva. Segundo
Barata, até setembro as condições climáticas eram muito ruins tanto no Nordeste
como no Centro-Oeste e no Sudeste. O quadro começou a mudar em outubro. Para novembro, as expectativas dos institutos de clima apontam para boa
quantidade de chuva no Rio Paranaíba, o que deve melhorar também as condições
no Rio Tocantins. “Deve começar a subir também as usinas do Rio Tocantins e
mais para a frente a sinalização é que os rios do Norte, Madeira e Xingu,
também vão ter uma condição boa”, disse, após participar do encontro de
energia.
Outra previsão que anima Barata é o fenômeno El Niño entre moderado e
fraco. De acordo com o diretor-geral do ONS, isso é positivo, porque deve vir
acompanhado de chuva na média ou pouco acima disso no Nordeste, enquanto na
Região Sul a previsão é de chuva intensa. “Quando estávamos em setembro a nossa perspectiva era terminar o período
seco na faixa dos 14% ou 15% [dos reservatórios] no Sudeste. No Nordeste, a
previsão era terminar acima de 20%, não por causa da chuva, mas principalmente
por causa da estratégia de controle de vazão. No Sudeste, estamos entre 19% e
20%, principalmente porque continua chovendo e de forma abundante na Região
Sul. Se nós vínhamos em junho, julho, agosto e setembro com o fluxo de energia
da Região Sudeste para a Região Sul, a partir de outubro passamos a ter o fluxo
do Sul para o Sudeste. Esse é que foi o grande diferencial”, disse.
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