
O governador
Robinson Faria (PSD) pediu “socorro” ao presidente da República, Michel Temer,
no sentido de que o governo federal faça a transferência ao Tesouro Estadual de
recursos da ordem de R$ 194,16 milhões, “a título de ressarcimento pelas perdas
ocasionadas pela Lei Kandir”. Robinson Faria justifica que “passados quase 12
meses de pedido de ajuda emergencial ao Planalto, a situação calamitosa das
finanças públicas estaduais continuam a desafiar o governo que, sem fontes de
recursos, encontra-se incapacitado de garantir, ao povo potiguar, as condições
mínimas para o exercício da dignidade humana e da cidadania, dois dos cinco
fundamentos da República Federativa do Brasil, alicerces de um Estado
Democrático de Direito”.
Em ofício de
nº 241, datado do dia 22 de novembro, o governador do Rio Grande do Norte
expõem ao presidente Michel Temer, que a Lei Kandir, dentre outras coisas,
desonerou de ICMS os produtos primários e semielaborados destinados à
exportação que ainda estavam tributados, bem como os bens de capital, ao
permitir a apropriação de créditos decorrentes de aquisições destinadas ao
ativo permanente. Ciente de que a Lei Kandir provocaria significativo impacto
na arrecadação do ICMS, principal imposto estadual, Robinson Faria lembrou que
o legislador previu a compensação aos estados e Distrito Federal, mediante
transferência de recursos da União, até o momento, e mesmo havendo determinação
do Supremo Tribunal Federal (STF), encontra-se pendente de aprovação no
Congresso Nacional projeto de lei complementar que regulamentaria o
equacionamento das perdas dos Estados. Para reforçar o pedido de transferência
dos valores tidos como perdas da Lei Kandir, o governador do Estado disse que
“não obstante o esforço de reprogramação de suas despesas”, o Estado do Rio
Grande do Norte vem enfrentando sistemática crise fiscal e financeira, “o que
vem impedindo-o de adimplir com compromissos atrelados a serviços públicos
essenciais para as camadas mais vulneráveis da sociedade norte-riograndense”.
O governador
acrescentou que “como exemplo do grave quadro de desajuste fiscal, o Estado vem
tendo dificuldade na manutenção regular do pagamento de salários dos servidores
ativos, aposentados e pensionistas, bem como obrigações junto a fornecedores de
bens imprescindíveis à manutenção do funcionamento dos serviços públicos”. No
documento, Robinson Faria informa que o Estado “clama por socorro” e se
encontra em situação fiscal que, conforme a Secretaria do Tesouro Nacional
(STN) em missão técnica realizada em janeiro de 2018 no Rio Grande do Norte,
atestou que “o desequilíbrio fiscal não é consequência de atos praticados pela
atual gestão governamental, a qual não teria dado causa às adversidades conjunturais
nem poderia ser responsabilizada pelo grave desequilíbrio atuarial do regime
próprio de previdência dos servidores estaduais”, realidade local que reflete a
questão nacional da previdência social do serviço público, cuja mudança exige
reforma da Constituição.
O governador
enumera, ainda, leis que foram aprovados no curso de quatro anos do mandato,
como redução de isenções fiscais e revisão de pontos da legislação
previdenciária, como instituição da previdência complementar. Robinson Faria
citou, ainda, a ação judicial que proporcionou uma economia de R$ 40 milhões no
pagamento do Arena das Dunas. A reportagem procurou as assessorias do Tribunal
de Justiça, Ministério Público, Assembleia Legislativa e TCE para repercutir o
pedido de socorro do governo, mas até o encerramento desta edição não obteve
resposta.
FONTE:
Tribuna do Norte
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