
A
governadora Fátima Bezerra ressaltou ontem, no III Fórum dos Governadores, em
Brasília, que vê com preocupação aspectos da proposta de Reforma da
Previdência, que foi enviada pelo Governo Federal à Câmara dos Deputados na
manhã de hoje. Ela defendeu que o governo federal retire do projeto o texto que
reduz para 40% (sobre o valor do salário mínimo) o Benefício de Prestação
Continuada (BPC) de Assistência Social para quem tem menos de 70 anos. “Se a proposta prevalecer, vai piorar a vida dos mais pobres, vai condenar à
miséria milhares de brasileiros e brasileiras, especialmente das regiões mais
vulneráveis como Nordeste e Norte”, declarou, diante do ministro da Economia,
Paulo Guedes, do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Santos
Cruz, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do secretário Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, e de mais 15
governadores.
De acordo com a regra atual, o BPC (que consta na Lei Orgânica da Assistência
Social – LOAS) é uma ajuda mensal equivalente a um salário mínimo, pago pelo
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), aos idosos com idade superior a 65
anos e deficientes físicos que não contribuíram para a previdência, no entanto,
apresentam renda familiar comprovada equivalente a um quarto do salário mínimo
por pessoa. A proposta do governo é diminuir a idade mínima de 65 para 60 anos,
contudo, reduz a menos da metade o valor pago atualmente. “Temos que retirar
isso da proposta apresentada agora pelo governo federal”, reforçou. Ao iniciar sua participação no debate, cujo tema central foi a Reforma da
Previdência, Fátima fez questão de registrar que “não é simples adotar uma
regra universal para um país de dimensão continental como o nosso, com muitos
recortes de desigualdade do ponto de vista social, regional e especificidades
do exercício de algumas categorias”. “Sabemos da necessidade de uma reforma,
mas não nestes moldes”, acrescentou.
Além de defender uma atenção especial à pauta do BPC, ela também alerta acerca
do tratamento dado às aposentadorias rurais e à aposentadoria especial para a
Educação, sobretudo aos professores da rede básica de ensino que exercem
funções de magistério (que compreende Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio). Com relação às aposentadorias rurais, Fátima pediu aos presentes que tivessem
cautela. “Não podemos tratar os trabalhadores rurais do Nordeste, com as
condições a que eles são submetidos, do mesmo modo como serão tratados os
trabalhadores de outras regiões”, destaca.
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