
O Senado aprovou na
noite de terça-feira (3), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) que garante a divisão dos recursos do leilão do pré-sal, a chamada cessão
onerosa, com os estados e municípios. A aprovação ocorreu de forma unânime, com
74 votos favoráveis no primeiro turno e 69 no segundo. Nenhum senador votou
contra a matéria. O governo espera
arrecadar R$ 106 bilhões com leilões de blocos de pré-sal da plataforma
continental. Desse total, R$ 36 bilhões serão usados para pagar uma dívida com
a Petrobras e o restante do dinheiro, R$ 70 bilhões, será repartido entre os
três entes federativos.
O texto aprovado fixou
que 30% da arrecadação com os leilões sejam divididos entre estados e
municípios, mas a votação na sessão desta terça-feira só foi possível após um
acordo entre governo e estados produtores. No acordo, o governo se comprometeu
a dar 3% da sua parte, que é 70% do total arrecadado com o leilão, para os
estados produtores. Assim, a fatia da União será de 67%, municípios dividem 15%
e estados ficam com 15%, sendo que os estados produtores de petróleo levam 3%
adicionais. O acordo beneficia, de
forma imediata, o Rio de Janeiro, pois o próximo leilão será de blocos
localizados no estado.
A emenda foi apresentada pela bancada carioca do Senado.
Antes do acordo, o estado ficaria com R$ 326 milhões. Com o acordo, a União
abrirá mão de R$ 2,1 bilhões, repassando o valor aos estados produtores. “Desta forma a gente faz
justiça aos estados produtores na questão da cessão onerosa. A gente não tá
falando dos royaties, a gente está falando desses leilões que vão acontecer
daqui para frente, então não é só com o Rio de janeiro, qualquer estado
produtor também vai ter essa participação de 3%”, disse o senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ). A bancada do Rio de Janeiro, formada por Romário (Podemos),
Arolde de Oliveira (PSD), além de Bolsonaro, foi a proponente do acordo.
Como houve alteração no
texto da PEC, ela volta à Câmara para ser novamente votada pelos deputados.

Susto
Durante sua fala, o
relator da PEC, Cid Gomes (PDT-CE), começou a demonstrar fraqueza. Ele chegou a
comentar durante a sessão que não se sentia bem e brincou com o presidente da
Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Espero não fazer o passamento aqui”. A resposta
de Alcolumbre foi bem humorada. “Não antes de votar a matéria, senador”, disse
o presidente sob risos.
Mas, poucos minutos
depois, Cid Gomes ficou ofegante e visivelmente pálido. Parou seu discurso e
pediu uma cadeira para sentar. Logo foi amparado por dois colegas, além dos
brigadistas do Senado. Otto Alencar (PSD-BA) levantou as pernas do pedetista
até a altura de seus ombros enquanto Alcolumbre suspendia a sessão. Pouco
depois, Cid se recuperou e terminou sua fala. “O senador Otto fez o
correto. Eu tenho síndrome vaso vagal e o que tem que fazer é isso, levantar as
pernas”, explicou. Após concluir sua fala em favor da aprovação da PEC, o
senador deixou o plenário e foi para o serviço médico do Senado.
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