
Pela terceira
vez seguida, o Banco Central (BC) diminuiu os juros básicos da economia. Por
unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para
5% ao ano, com corte de 0,5 ponto percentual. A decisão era esperada pelos
analistas financeiros. Com a decisão
de ontem, (30), a Selic está no menor nível desde o início da série histórica
do Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi
mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar
14,25% ao ano em julho de 2015.
Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os
juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de
2018, só voltando a ser reduzida em julho deste ano. Em
comunicado, o BC reiterou a necessidade de continuidade nas reformas
estruturais da economia brasileira para que os juros permaneçam em níveis
baixos por longo tempo. O texto indicou que uma nova redução de 0,5 ponto
deverá ocorrer antes do fim do ano. “O Comitê avalia que a consolidação do
cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste
adicional, de igual magnitude”, destacou o texto. A próxima reunião do Copom
está marcada para 10 e 11 de dezembro.
Inflação
A Selic é o
principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação
oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em
setembro, o indicador fechou em 2,89% no acumulado de 12 meses. No mês
passado, o IPCA registrou deflação de 0,04%, o menor percentual para meses de
setembro desde 1998.
Para 2019, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4,25%, com
margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá
superar 5,75% neste ano nem ficar abaixo de 2,75%. A meta para 2020 foi fixada
em 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. No Relatório
de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a
autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2019 em 3,3%, continuando
abaixo de 4% até 2022. De acordo com o boletim Focus, pesquisa
semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação
oficial deverá fechar o ano em 3,29%.
Crédito mais
barato
A redução da
taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e
incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica.
No último Relatório de Inflação, o BC projetava expansão da
economia de 0,9% para este ano e de 1,8% em 2020. A expectativa
está em linha com as do mercado. Segundo o boletim Focus, os
analistas econômicos preveem crescimento de 0,91% do Produto Interno Bruto (PIB,
soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2019.
A taxa básica
de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de
juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso
de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito
e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para
cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços
estão sob controle e não correm risco de subir.
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