
A Emenda Constitucional 105, promulgada pelo Congresso Nacional na
semana passada, deve agilizar o envio de verbas federais para as prefeituras.
Segundo o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(Femurn), José Leonardo Cassimiro, as novas regras dispostas na Emenda
Constitucional vão “destravar e desburocratizar” a aplicação de recursos nas
áreas de custeio e investimento. De acordo com a nova emenda, os repasses de recursos de emendas
parlamentares individuais ao Orçamento podem ser feitos sem necessidade de
convênio. As transferências são de dois tipos: transferência especial, quando o
parlamentar encaminha recursos para o governo ou a prefeitura sem destinação
específica; e transferência com finalidade definida, quando a verba vai
“carimbada” para um uso determinado. A fiscalização dessas transferências diretas será feita pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelos órgãos
de controle interno e tribunais de contas dos respectivos entes.
De acordo com a nova regra, 70% das transferências especiais devem ser
destinadas a investimentos e apenas 30% a custeio. Será proibida a utilização
da transferência especial para o pagamento de despesas com pessoal (salários,
aposentadorias e pensões) ou encargos referentes ao serviço da dívida pública.
O texto também estabelece que 60% das transferências especiais realizadas no
primeiro ano de vigência da emenda constitucional devem ser executadas até o mês
de junho. Para o presidente da Femurn, a emenda fará com recursos federais sejam
aplicados com mais “agilidade, eficiência e eficácia”. Ele reclama que,
atualmente, a burocracia chega a atrasar a destinação de recursos de emenda
para os municípios em até dois anos. “Muitos gestores municipais, pela
burocracia que os órgãos do governo federal aplicam, chegam a devolver o
dinheiro, que não chega a ser aplicado por tantas exigências de cláusulas
suspensivas que a Caixa cobra”, afirma José Leonardo Cassimiro.
O líder da entidade que representa prefeitos potiguares frisa, contudo,
que, apesar da agilização no envio dos recursos, os gestores municipais
precisarão ter cuidado na aplicação da verba. “Esses recursos serão
fiscalizados pelo TCU, o órgão de controle externo maior do governo federal.
Não tem perigo de esses recursos serem desviados, até porque vão ser
fiscalizados com mais ênfase”, ressalta.“Ficamos felizes em ter essa desburocratização, que vai destravar o uso
e a aplicação dos recursos. É bom para o município, bom para a população e bom
para os parlamentares, que vão ver os recursos serem aplicados mais
rapidamente”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário