Quase 3,9 mil municípios brasileiros ainda não
instituíram ou estão irregulares com o Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente e, por isso, não puderam captar recursos de doação do Imposto de
Renda (IR) para essas contas, que podem financiar políticas públicas para esse
segmento.
Segundo um levantamento da Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), no ano passado houve um crescimento no número de
fundos aptos a receber as doações, que passaram de 1.377 para 1.691, com mais
314 novos fundos, um crescimento de 23% em relação à 2018. Esses fundos
receberam mais de R$ 81,8 milhões em repasses, 38% a mais que no ano anterior
(R$ 59,2 milhões).
Apesar do avanço, o potencial de arrecadação
para essas contas, caso todos os municípios e governos estaduais estivessem
aptos, poderia chegar a mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo estimativas. “É nesse sentido que a Confederação Nacional de
Municípios (CNM) acredita ser oportuno investir na regularização dos fundos e
na captação de recursos para execução de projetos sociais locais, tendo em
vista as dificuldades econômicas nacionais e loco regionais e a ausência de uma
estrutura de cofinanciamanto que seja regular e envolva os Entes
federados", diz o estudo divulgado pela entidade essa semana.

Doação legal
A dedução de até 3% da Declaração de Ajuste
Anual do Imposto de Renda para Fundos da Infância e Adolescência é permitida
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ao longo do ano, contribuições
das pessoas físicas podem chegar a 6% do imposto devido. E para as empresas, a
contribuição é de até 1%.
Para ter acesso ao repasse da Receita Federal,
os fundos municipais e estaduais devem estar em situação regular na Secretaria
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada ao Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O município fica impedido de receber
o repasse se o fundo estiver com informações bancárias ausentes, incompletas ou
com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) em situação irregular.
Municípios
Dos 1.669 municípios que receberam doações para
o Fundo em 2019, a maior parte (274) está em São Paulo, seguida por Minas
Gerais (235) e Rio Grande do Sul. Paraná (197) e Santa Catarina (185) também
estão entre os estados com mais municípios aptos (veja tabela).
Estados
Em relação aos estados que também mantêm seus
fundos, o levantamento da CNM aponta leve evolução em relação ao ano anterior
(2018), em que 20 governos captaram doações dedutíveis do IR. Em 2019, foram 22
estados com doações recebidas. Ao todo, cinco unidades da federação não
receberam doações para o Fundo da Criança e do Adolescente no ano passado:
Amapá, Distrito Federal, Paraíba, Roraima, Rio de Janeiro e Tocantins. Os dois
últimos, segundo o estudo, ficaram de fora porque não atualizaram seus dados no
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Fonte: Portal Grande Ponto
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