O Rio Grande do Norte
apresenta o maior comprometimento de folha com despesas de pessoal (DTP) do
Brasil, de acordo com dados da Secretaria de Tesouro Nacional (STN) extraídos
em 19 de outubro de 2023. De agosto de 2021 até agosto de 2023, as despesas ficaram
acima dos 50%, atingindo 57,76% em 12 meses até agosto deste ano. Pela Lei
de Responsabilidade Fiscal, o limite máximo da relação entre Despesa Total de
Pessoal e Receita Corrente Líquida ajustada para o Poder Executivo dos Estados
– referentes a salários de servidores e seus encargos, incluídos os pagamentos
a inativos – é de 49%, sendo 46,55% o limite estabelecido com prudencial e
44,1% o limite de alerta.
O aumento acontece de forma
generalizada entre os estados, estando, muitos deles, abaixo dos limites da
LRF. Os dados, no entanto, mostram desproporção entre o ritmo de crescimento
das receitas estaduais e as despesas de pessoal. Nos 12 meses até agosto, por
exemplo, a Receita Corrente Líquida (RCL) do agregado dos Estados caiu 0,8% em
relação a igual período de 2022, enquanto a despesa com pessoal avançou 6,1%,
em termos reais. Os dados mostram que dentre os 27 entes, em 25 a despesa
de pessoal cresceu enquanto a receita caiu ou também cresceu, mas a uma taxa
menor que a do gasto. Em contrapartida, a arrecadação sobre o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal tributo para os estados
foi afetado por medidas do Governo Federal em 2022, o que resultou na redução
de alíquotas em setores como o de combustíveis.
Estado potiguar quer manter
ICMS em 20%
No
RN, o Governo do Estado pretende manter a alíquota do ICMS em 20% durante o ano
de 2024 e, assim, aumentar a arrecadação. O plano, segundo o secretário
estadual da Fazenda (Sefaz/RN), Carlos Eduardo Xavier, é arrecadar R$700 milhões
a mais, comparando o cenário em que o imposto voltaria aos 18%.
A justificativa é de manter a competitividade com estados vizinhos, como Ceará e Paraíba, que aumentaram suas alíquotas para 20%, assim como Pernambuco que tenta elevar a sua para o mesmo patamar. No entanto, mesmo com o maior índice do Brasil com gasto de pessoal, a secretaria não anunciou corte de gastos como uma medida para balancear as contas públicas no próximo ano. O aumento em dois pontos percentuais foi aprovado no final de 2022 pelos parlamentares e passou a vigorar a partir do dia 1º de abril de 2023, com duração até 31 de dezembro, devendo retornar aos 18% em janeiro de 2024.
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