O curta-metragem “Vivo o Jone”
será exibido no encerramento do 7º Festival de Cinema Curta Caicó, no dia 19 de
outubro, às 19h, na Praça Monsenhor Walfredo Gurgel. A produção é fruto do 3º
Laboratório de Roteiro do festival, com argumento de Saionara de Jesus,
graduada em Ciências Sociais pela UFRN. O filme, de caráter
etnográfico, explora o bairro João XXIII, na zona oeste de Caicó, e busca
redefinir a visão da comunidade, muitas vezes associada à criminalidade.
De
acordo com Saionara, a produção é uma tentativa de deslocar essa percepção para
um entendimento do bairro como um espaço de lazer, cultura e ancestralidade.
“Vivo o Jone” aborda tradições culturais locais, como o Bloco do Lixo e a
Irmandade dos Negros do Rosário. “O filme é uma tentativa de
deslocar o João XXIII desse entendimento de “território da criminalidade” para
território da festejação. Um dos caminhos é que a gente viva esse bairro como
direito e um desses direitos perpassa o lazer. Eu, inclusive, sugiro que a Casa
da Mãe Pobre, que é um espaço abandonado, seja um centro de lazer e cultura”,
ressalta Saionara de Jesus.
No curta, depoimentos de moradores aprofundam a memória coletiva do bairro, com foco nas brincadeiras infantis e na cultura popular. Saionara destaca a importância de revisitar o território como patrimônio cultural vivo. “Como pessoa preta que lê Carolina de Jesus, Conceição Evaristo, Leila Gonzales, Nego Bispo, comecei a aprofundar a necessidade da oralidade específica. O curta metragem é “Vivo o Jone”, porque eu vivo o Jone, as pessoas vivem o Jone e também porque o Jone está vivo”, explica Saionara. O 7º Curta Caicó é realizado pela Agência Referência, com apoio da Fundação José Augusto e outros parceiros, por meio da Lei Paulo Gustavo.
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