O Tribunal de Contas do Estado
(TCE-RN) iniciou o julgamento da prestação de contas do governo estadual
referente ao exercício de 2019, primeiro ano da gestão da governadora Fátima
Bezerra (PT). O relator do processo, conselheiro Gilberto Jales, votou pela
reprovação das contas por irregularidades na gestão fiscal.
Durante a sessão especial
realizada na terça-feira (2), o relator foi acompanhado pelos conselheiros
Paulo Roberto Alves, Renato Dias, Poti Júnior e Antonio Ed. O julgamento foi
suspenso após pedido de vistas do conselheiro George Soares. Falta ainda o voto
do presidente da Corte, conselheiro Carlos Thompson.
*Entre os principais pontos
destacados por Jales estão:
- Atraso na realização da avaliação
atuarial, o que comprometeu os registros previdenciários;
- Aumento de gastos com pessoal,
ultrapassando o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (49%);
- Concessão de aumentos salariais sem
previsão orçamentária;
- Cancelamento irregular de restos a pagar
processados;
- Concessão de benefícios fiscais acima do
previsto na LDO, sem justificativas ou medidas compensatórias;
- Despesas da Potigás acima do orçamento
autorizado.
O relator acolheu parcialmente o parecer do Ministério Público de Contas e emitiu parecer prévio pela desaprovação das contas, que serão encaminhadas para julgamento da Assembleia Legislativa do RN. “Dele divirjo quanto a quantidade de irregularidades, porque algumas foram superadas, a fim de emitir parecer prévio pela não aprovação das contas anuais da chefe do Poder Executivo no exercício de 2019 e sua posterior submissão à Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte a quem compete o julgamento da matéria”, disse o relator.
Jales também fez uma série de
recomendações ao governo estadual, como:
- Ajustes nos anexos fiscais da LDO e maior
prudência na estimativa de receitas;
- Reforço na cobrança da dívida ativa;
- Regularização da gestão previdenciária
para assegurar o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP);
- Implementação de plano de amortização do
déficit atuarial, com metas anuais vinculadas ao Plano Plurianual (PPA).
O conselheiro destacou que a ausência de repasses previdenciários impacta diretamente a contabilidade e o controle de despesas com pessoal. A análise das contas agora segue para conclusão com os votos restantes e posterior envio à Assembleia Legislativa, que dará a palavra final sobre a aprovação ou não das contas de 2019.
FONTE: Tribuna do Norte
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