A publicação está pendente de despacho da Procuradoria Geral do Estado (PGE), chefiada pelo ex-governador Antenor Roberto (PCdoB). “Já entregamos todos os nomes, de todas as instituições envolvidas. O governo simplesmente não publica. A dinâmica tem sido essa: protelar e gerar instabilidade na categoria”, afirmou Jucyana Mirna. Ela enfatiza a urgência na situação: “Exigimos do governo a imediata publicação da comissão, com o agendamento urgente da primeira reunião. O prazo está apertado, e a categoria não pode ser tratada com descaso”.
Recursos da categoria
Os precatórios do Fundef
destinados ao Rio Grande do Norte somam a quantia de R$ 593.835.141,60. Segundo
Jucyana Mirna, o valor será depositado nas contas do Estado no dia 8 de agosto,
conforme previsão oficial. Este montante refere-se à diferença de repasses
insuficientes feitos pelo Governo Federal entre 1998 e 2006, corrigida
judicialmente após ação de diversos entes federativos, incluindo o RN. A divisão desses recursos
segue as diretrizes da Emenda Constitucional 114/2021, que estabelece que 60%
do total deve ser destinado aos profissionais do magistério que estavam em
exercício na rede estadual durante o período entendido pela ação. Os 40% restantes
devem ser alocados em melhorias estruturais e pedagógicas na educação pública.
Na prática, isso significa que
cerca de R$ 356,3 milhões devem ser rateados entre professores e professoras da
ativa, aposentados, pensionistas e herdeiros. Os R$ 237,5 milhões restantes
ficarão sob a responsabilidade do governo para investimentos na rede estadual.
Incertezas e Pressão
A demora na publicação da
comissão aumenta a apreensão da categoria, que já há anos aguarda a reparação.
Segundo o SINTE, sem a comissão, não é possível avançar nas discussões sobre
critérios, calendário de pagamento, atualização de dados dos beneficiários e
medidas de transparência no processo. Jucyana alerta para a urgência
do tema: “O depósito tem data. O que não tem é o compromisso político
do governo em garantir que a categoria participe, com voz e voto, do debate
sobre o destino do dinheiro. Isso é inadmissível”.
O governo tem enfrentado críticas não apenas pela lentidão na ação, mas também pela quebra de expectativa diante de um tema tão sensível para milhares de educadores/as que contribuíram para a construção da escola pública potiguar nas últimas décadas. “Não estamos falando de um favor. Esse dinheiro é fruto de luta e é um direito da categoria. O que exigimos é respeito”, conclui a dirigente. Diante da situação, o SINTE afirmou que continuará mobilizado e não hesitará em acionar judicialmente o Estado caso o impasse se prolongue. A entidade também planeja ações de pressão junto à base e na Assembleia Legislativa.
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