Sem qualquer comunicado prévio, a ditadura venezuelana iniciou a cobrança alíquotas que variam de 15% a 77% sobre produtos brasileiros, mesmo nos casos em que deveria haver isenção mediante apresentação de certificado de origem. A medida fere diretamente os termos do Acordo de Complementação Econômica firmado entre Brasil e Venezuela desde 2014 e atinge, principalmente, as exportações oriundas de Roraima — entre elas farinha, cacau, margarina e cana-de-açúcar.
A taxação, que pode alcançar até 77% sobre os itens enviados ao território venezuelano, coloca em risco a principal rota comercial de Roraima, que exportou mais de US$ 144 milhões à Venezuela apenas em 2024. Desde 2019, o país comandado pelo ditador Nicolás Maduro figura como o principal parceiro comercial do estado. A Câmara de Comércio Brasil-Venezuela avalia que a medida possa ser resultado de falhas operacionais ou até mesmo de uma retaliação contra o Mercosul. Já a Federação das Indústrias de Roraima (Fier) cobra esclarecimentos imediatos e tenta garantir a validade dos certificados de origem — documentos que asseguram a isenção tarifária.
Em nota, o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que está
monitorando a situação, enquanto a embaixada brasileira em Caracas já fez
contato com as autoridades locais. Até o momento, o Itamaraty permanece em
silêncio sobre o episódio.
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