“Venho dialogando e as pessoas demonstram interesse nas propostas que apresentei”. Foto: Divulgação - Alex Viana/Repórter de Política
O vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, presidente estadual do PSD, diz hoje estar mais motivado do que antes para ser candidato a governador nas eleições de 2014. Após as informações de que o presidente nacional do PSD, ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, negociar com lideranças nacionais de PT e PMDB apoio à candidatura de Robinson no Rio Grande do Norte, Robinson disse hoje que sua candidatura está mantida.
“Minha candidatura está mantida e continuo bastante motivado. Sem dúvida, eu tenho um projeto de viabilidade”, disse Robinson nesta manhã. “Percorri nesses três anos quase todo o Rio Grande do Norte. Fui buscar nas ruas, conversando com a população, esse desejo desse projeto de candidatura, que já vem desde muitos anos sendo amadurecido. Não é uma coisa que nasceu agora. Mas, através de diálogos constantes e propostas sobre o que penso sobre a saúde, a educação, sobre a geração de emprego, sobre a política tributária, sobre o agronegócio, sobre a segurança, onde há um clamor muito forte hoje. Estudei muito sobre este tema e me sinto preparado”, afirmou.
Segundo a última pesquisa Consult, Robinson Faria, que nunca chegou a disputar o cargo de governador antes, venceria a atual governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), se as eleições fossem hoje. Ele perderia, entretanto, para medalhões da política potiguar, a exemplo dos ex-governadores Garibaldi Filho (PMDB) e Wilma de Faria (PSB). Pelo levantamento, Wilma teria 32% em empate técnico com Garibaldi, com 31,47%. Robinson viria em terceiro, com 5,82%, à frente de Rosalba, com 4,35%, e do quinto colocado, Fernando Mineiro (PT) – que retirou a candidatura -, com 3,82%.
“Venho dialogando e as pessoas demonstram interesse nas propostas que apresentei. Tenho não apenas motivação política, mas sintonia do que é um governo de modernidade, de diálogo com a sociedade, de valorização do servidor público. Temos que conquistar o funcionalismo para governar com ele, levantar a autoestima do servidor público, como fiz quando fui presidente da Assembleia, na base do diálogo, que é um instrumento muito importante para o êxito de qualquer governo”, diz Robinson, apresentando o que seria um dos diferenciais da sua gestão: prioridade ao servidor.
VIABILIDADE
Eleito vice-governador na chapa com Rosalba Ciarlini, Robinson rompeu com o governo no final de 2011, ainda no primeiro ano da gestão da atual governadora. Desde então, ele vem cada vez mais aumentando o tom das críticas. “Este governo pecou quando não dialogou com os servidores, nem com a sociedade. O turismo, por exemplo, está decadente por falta de diálogo do governo com o setor. O governo nunca ouviu o setor. João Pessoa (PB) e Fortaleza (CE) dispararam no turismo, porque têm parceria. No Rio Grande do Norte, nunca aconteceu. A Secretaria de Turismo foi usada como objeto de barganha política. E não para fomentar um segmento importante. Fizeram politicagem com o turismo. O resultado é a conta que veio para Natal: despencamos do primeiro para o penúltimo lugar no turismo do Nordeste”, analisa. Por adotar análises como esta, em relação ao turismo, Robinson tem sido visto como um candidato simpático ao setor. Nos últimos três anos, o trade buscou apoio junto ao governo, tanto diretamente, quanto indiretamente, através de partidos parceiros do governo até bem recentemente, como PMDB e PR, sem sucesso, entretanto. “Então por ter assumido essas posições tenho encontrado aprovação e incentivo à minha candidatura. Isso no diálogo direto com a sociedade. Por isso, me sinto em sintonia e tenho a percepção de que estou no caminho certo. Por isso acredito no projeto de me tornar candidato a governador”, diz.
“Minha candidatura é natural e nasce do diálogo com a sociedade”
Robinson Faria entende que sua candidatura a governador do Rio Grande do Norte depende de algumas alianças e circunstâncias que fogem ao seu controle. No entanto, ele se regozija do fato de ter alcançado a condição de “candidato natural”, o que é salutar, principalmente diante de supostas “candidaturas impostas de forma vertical”.
“Entendo que no campo político minha candidatura depende de algumas alianças e circunstâncias que fogem ao meu controle. Mas, o importante é ser candidato natural, e não imposto por um ou dois partidos, de forma vertical”, afirma Robinson.
Neste sentido, ele se diz realizado. “Porque acho que consegui, com muita perseverança e coragem, abraçar esse caminho natural de candidatura como deve ser: nascer do diálogo com a sociedade e seus segmentos. O Estado não é apenas o governador. A construção do Estado nasce desse diálogo com a sociedade. Meu sentimento hoje é que estou mais motivado do que antes para ser candidato a governador”, diz.
“Não posso responder por Wilma e ninguém pode cobrar Carlos agora”
Quanto aos potenciais parceiros Carlos Eduardo (PDT) e Wilma de Faria (PSB), Robinson diz que não pode responder por Wilma e que, quanto a Carlos Eduardo, ninguém pode cobrá-lo agora, em vista de que está ocupado com a cidade do Natal. “Não posso responder por Wilma e não queria opinar porque todos estão conversando. Tenho diálogo aberto com todos os partidos. Eu tenho dialogado com o PMDB, com o PT e mantenho diálogo com Wilma e com o PDT do prefeito de Natal. Agora, no momento fica difícil dizer quais serão seus parceiros. Tenho facilidade de não ter conflito pessoal, nem inimizade, com nenhum desses grupos. Tenho diálogo aberto com todos eles. O único que não estou conversando é com o DEM. Com exceção do DEM, tenho diálogo com todos”, diz.
Quanto ao prefeito de Natal, Robinson diz que Carlos está muito consciente do momento político que estamos vivendo” e que o pedetista “está procurando resgatar a cidade de Natal, que avançou bastante este ano, e tem demonstrado competência no âmbito administrativo, confirmando o perfil de bom gestor”. “Carlos Eduardo está aguardando como será a composição e tem dito que na hora que tiver a união, ele irá se posicionar. Mas ninguém pode cobrar nada dele agora. Porque, agora, ele está no momento de resgatar a cidade, porque Natal estava precisando, por necessitar de obras, por ser sede da Copa, e acho que ninguém deve cobrar nada de Carlos Eduardo”.