
REAÇÃO
O deputado estadual Hermano Morais, disse ontem, no Jornal das Seis, da 96 FM, que vai reagir se for atropelado pela cúpula do PMDB em relação ao apoio a reeleição do prefeito Carlos Eduardo. Hermano não aceita ser ‘levado no pacote’ que Henrique e Garibaldi estão fechando com o filho de Agnelo.
LEALDADE
Hermano Morais invoca sua lealdade ao PMDB para dizer que, no momento, não cogita sair do partido. Porém, faz uma ressalva ao fato de como será conduzido o processo de adesão ao prefeito. Na verdade, o parlamentar do PMDB não quer aderir; ele acha que o partido tem condição de sair com candidatura própria em Natal.
MANIFESTAÇÕES
O Brasil vive dois momentos distintos de manifestações: Um, de governistas que defendem a Petrobras, a democracia e a reforma política. Outro, que defende o Impeachment da presidente a partir da insatisfação com a corrupção no Governo.
DEMOCRACIA
Os dois movimentos são democráticos e devem ser respeitados. Desde que respeitem a ordem e quem pensa diferente. Afinal, o grande tesouro da democracia é justamente o respeito ao contraditório. A discordância é salutar; quem pensa diferente não precisa ser inimigo. É um embate de idéias e pensamentos; não uma guerra. O sentimento de amor ou ódio não cabe numa discussão racional. Serve aos dois lados.
PETROBRAS
Boa parte dos manifestantes em defesa da Petrobras é formada por movimentos sociais ligados ao Governo e integrantes do PT, que também admitem defender a reforma política. A defesa da Petrobras tem que vir acompanhada da indignação contra a corrupção que corrói a estatal na gestão petista. Não dá para dizer que defende a empresa e não combater quem a roubou. Quanto à reforma política, a atual gestão está há mais de 12 anos no Governo, com poder sobre o Congresso e nada fez sobre a reforma.
ERROS
O grande erro do PT tem sido não admitir seus próprios erros. Não há responsabilidade direta de um superior quando um subordinado age à sua revelia. Portanto, admitir que houve erros e punir os culpados seria digno de respeito da população. O partido errou ao prestigiar quem cometia erros, independente da dimensão que eles representam.
MENSALÃO
O principal erro do PT foi transformar os mensaleiros, condenados pela instância máxima da Justiça brasileira, em ídolos e heróis do partido. Equívoco grosseiro e agressivo contra as instituições e contra a própria sociedade. Não aprenderam com esse erro e cometeram equívoco semelhante em relação ao petrolão.
PETROLÃO
O escândalo da roubalheira da Petrobras é de provocar indignação nos mais passíveis. O PT poderia ter assumido que ocorreu em sua gestão, mas sem o aval do partido ou do Governo. Nesse caso, teria como assumir a linha de frente da cobrança de punição, principalmente pelo fato da presidente Dilma não fazer parte sequer das suspeitas do esquema.
PARTICIPAÇÃO
O petrolão atingiu o PT e boa parte de sua base no Congresso. Isso é fato. Outro fato incontestável é que a presidente Dilma não teve nenhuma participação no esquema, o que afasta a tese do impeachment e alimenta a tese de golpe. O Governo não tem se comunicado bem e mantém uma estratégia de negar a realidade para esperar que ela não exista ou não se propague. Erro básico. O Governo só se desgasta.
INSATISFAÇÃO
A outra manifestação é integrada por parcela da população insatisfeita com aumentos de tarifas, arrocho salarial e corrupção. Esse grupo é o mais legítimo, pois não é alimentado por nenhuma vinculação ou interesse partidário. Além desse, há os insatisfeitos com a derrota de Aécio Neves, que vislumbram um terceiro turno eleitoral com a derrocada do Governo; seja pelo Impeachment ou pela hemorragia de popularidade, que pode fazer a presidente sangrar até a morte política.
CLASSE
O movimento também deverá contar com parcela expressiva da classe média, que se mistura com simpatizantes do PSDB. O povão, aquele segmento geralmente excluído de tudo, também não estará presente. O povão ainda nutre esperança com a retomada de Dilma. Mas esse grupo não pode ser desconsiderado, pois poderá ocorrer o mesmo que ocorre com o movimento produzido quando uma pedra é jogada no meio do lago: As ondas formadas chegam às margens, o que representaria o povo; e depois, o povão.
IMPEACHMENT
A defesa do Impeachment não encontra base legal para sua sustentação. A queda de popularidade de um Governo ou mesmo a revelação de um grande escândalo de corrupção não são suficientes para derrubar uma presidente eleita pelo voto popular. É preciso estabelecer a responsabilidade direta da governante no cometimento de um crime para sustentar seu afastamento. Por enquanto, isso não existe.
PANCADA
A decisão do desembargador Vivaldo Pinheiro, a respeito do pagamento das gratificações no Judiciário, é uma pancada: “O Poder Judiciário não é composto por números, tampouco por índices, percentuais e coeficientes. Milita em favor da Justiça um verdadeiro exército de magistrados, servidores efetivos, servidores comissionados e empregados terceirizados que têm nome, honra, família, direitos e obrigações na vida comum e cotidiana. No âmbito da responsabilidade constitucional e/ou legal de cada um, estes agentes públicos lutam e buscam cotidianamente prestar o melhor serviço possível à população deste Estado”.