Unidade da Grande Natal, que
já chegou a envasar 6 milhões de litros por mês, está sendo desativada/júnior
Santos
A Ambev confirmou ontem, através de nota, o
fechamento de sua fábrica no Rio Grande do Norte. Do total de funcionários que
atuam em Natal, 50 foram demitidos, na última segunda-feira. No total, 120
funcionários da Ambev devem ser demitidos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores
da Indústria de Bebidas no Rio Grande do Norte (Sintibern). A decisão deve
impactar outros 15 mil empregos indiretos, segundo a entidade. Presente na
capital potiguar há mais de 20 anos, a companhia assegurou na nota que emitiu à
imprensa, que “todos os pontos de venda e consumidores do Estado continuarão a
ser atendidos, mas agora com bebidas produzidas em outros Estados”. A empresa
justificou a falta da isenção de impostos e aumento do Imposto Sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o fechamento da fábrica – a alíquota
passou de 25% para 29%, após ser proposto pelo Governo do Estado e aprovado pela
Assembleia Legislativa, no final de outubro de 2015.
O presidente do Sintibern, Mairlon Oliveira,
afirmou que as demissões estavam previstas para dezembro do ano passado, mas
iniciaram ontem, com o anúncio do desligamento de 50 funcionários. “A empresa já
chegou a ter mais de 300 funcionários. Desses, 50 foram desligados ontem e mais
70 devem ser demitidos nos próximos dias. Tentamos negociar com o governo a
redução de impostos, em 2013, mas infelizmente isso não aconteceu”, lamentou
Oliveira. A Ambev, que era a segunda maior empregadora na indústria de bebidas
no RN, informou que o último dia de atividades na fábrica foi sábado (16). A
maior empregadora continua sendo a Coca-Cola, com 622 empregos diretos, porém o
sindicato também confirma que a indústria de refrigerantes demitiu 40
funcionários este ano, alegando queda nas vendas e a necessidade de reduzir
custos.
Em dezembro de 2015, a Ambev confirmou que
continuaria com as atividades no Rio Grande do Norte por meio de seu Centro de
Distribuição Direta (CDD) de bebidas, mas não havia informado se iria manter,
também, a fábrica em funcionamento no estado. A confirmação de permanência do
CDD foi feita por meio de nota enviada à TRIBUNA DO NORTE em 15
de dezembro, um dia após o Governo do Estado ter divulgado que executivos da
indústria "garantiram a continuidade das operações do grupo no Rio Grande do
Norte com ampliação da central de distribuição e modernização da atual fábrica".
Os motivos que supostamente teriam levado a Ambev a desistir da desativação, no
entanto, não foram informados.
Em 14 de dezembro passado, o governador do Rio
Grande do Norte, Robinson Faria, se reuniu com o diretor de relações
governamentais da Ambev, e garantiu que ficou estabelecida a manutenção da
central de distribuição no RN, com uma posterior ampliação, através do incentivo
fiscal, o que não ocorreu. A TRIBUNA DO NORTE tentou contato
com a Secretaria de Estado de Planejamento e das Finanças (Seplan), mas até o
fechamento dessa matéria não obteve nenhum retorno. A Ambev estava no radar do
governo do Estado. Tanto que numa entrevista à TN, publicada no domingo, dia 11,
a coordenadora-geral do Sistema Nacional do Emprego (Sine/RN), Vanessa
Figueiredo, citava a cervejaria, juntamente com a instalação de uma fábrica de
cerâmica em Goianinha - e mais adiante o centro de conexões aéreas (HUB) da TAM
- como os pilares da oferta de novos postos de trabalho no RN.
AMBEV NO RN
Números e outros dados
Chegada ao RN:
1993
Recorde positivo: 6 milhões de litros/mês.
Recorde negativo: 1,2
milhão de litros/mês
Investimentos nos últimos 4,5 anos: R$ 31,4
milhões.Empregados: 342
Produção:
Brahma e Skol litrão