É uma tristeza ouvir as declarações feitas pela ex-chefe da Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Carla Ubarana, gravadas durante depoimento dado ao juiz José Armando Ponte, da 7a Vara Criminal e aos promotores de Justiça, no último dia 30. A TRIBUNA DO NORTE teve acesso ao vídeo onde ela detalha como supostamente pagava os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro com quantias de dinheiro relativas aos desvios e fraudes em precatórios. Na gestão do desembargador Osvaldo Cruz o pagamento era feito em espécie.
”Chegou 90 mil. Contava e colocava a parte do desambargador Osvaldo e ia trabalhar normalmente”.
“Eles estavam acostumados com aquilo [pagamento] a toda semana, mas não podia fazer toda semana porque tinha que deixar o dinheiro na conta judicial rendendo para poder tirar e não fazer falta”.
“Na gestão do desembargador Rafael, Osvaldo me chamou e disse que queria continuar do mesmo jeito. Perguntou se tinha condição de fazer com Rafael [Godeiro]?”
“Um dia, o desembargador Rafael me procurou e disse: ‘conversei com o desembargador Osvaldo e já sei como o precatório funciona’”. Ubarana disse que os pagamentos chegavam a ocorrer na garagem de Rafael Godeiro no TJ.
“O valor que eu levava na minha bolsa para o tribunal era o valor que tinha que entregar aos desembargadores. Como tinha essa sala própria, fazia essa divisão, colocava nos envelopes. Já teve vez de passar na minha sala e reclamar que tava demorando a entregar”, afirmou.
Para Carla, as fradues continuaram ocorrendo durante toda a gestão de Rafael Godeiro, e “de forma até mais rápida”. Segundo ela, o percentual da divisão da quantia para os três envolvidos nunca foi acertado. “Passou a ser uma divisão para três. O percentual também nunca foi acertado. [Rafael] Recebia na mesma proporção que desembargador Osvaldo e até reclamava. (…) Sempre recebi menos que os dois”. De acordo com Ubarana, Rafael Godeiro chegava a reclamar da participação de Osvaldo Cruz já que este havia começado a receber antes de Rafael e por isso devia ter a menor fatia das fraudes.
Fonte: Tribuna do Norte
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