Estiagem, aumento nos custos dos insumos e, principalmente, atrasos nos repasses do Programa do Leite, do governo estadual, fizeram a bovinocultura leiteira do Rio Grande do Norte brecar qualquer possibilidade de avanço. Nos últimos três anos, os produtores de leite amargaram perdas de 40% na produção, que girava em torno de 229,4 milhões de litros de leite por ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 2010. Para reverter o quadro negativo, as principais instituições ligadas à cadeia produtiva criaram um fórum de discussão na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) para sugerir ações que possam minimizar os efeitos e estabelecer políticas de apoio ao desenvolvimento do segmento, que agrega cerca de 25 mil produtores. Na próxima quarta-feira (2), às 8h, representantes do Sebrae, Faern, Federação das Indústrias do estado (Fiern), Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), Sindicato da Indústria de Laticínios do RN e Sindicato dos Produtores de Leite vão elaborar uma pauta com sugestões de medidas e ações que possam ser implementadas.
A proposta é também traçar estratégias para minimizar os reflexos da seca, considerada a pior desde a década de sessenta. O documento será apresentado a parlamentares do estado, sobretudo a bancada federal, e governo, durante um café da manhã, que ocorrerá no dia 7 de maio. "A gente percebe que o problema é sério e merece uma união de esforços para solucionar. É preciso fazer algo urgente para que a cadeia produtiva do leite volte a crescer", diz o gestor do projeto Leite e Derivados do Sebrae-RN, Acácio Brito.Toda essa situação posiciona o Rio Grande do Norte nos últimos lugares no ranking de desenvolvimento da pecuária leiteira no Brasil, respondendo por apenas 0,2% da produção nacional de leite. O estado está longe de ser autossuficiente na produção de carne e leite, ao contrário, é importador desse último produto. "Faltam projetos de desenvolvimento da atividade leiteira no RN, além de uma articulação e prioridade para o setor agropecuário, que reúne vários itens da pauta de exportação potiguar".
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