Carlos Frederico Barbalho, de 57 anos, sofre Mal de Parkinson há 15 anos e precisa de um remédio que é essencial para a sua sobrevivência. O medicamento é caro, além disso, Barbalho precisa comprar 10 caixas por mês e cada uma custa R$ 40, por isso ele depende da Unicat para receber o remédio. Assim como Barbalho, várias pessoas precisam de medicamentos ou atendimentos médicos através do serviço público. Mas, devido aos problemas estruturais da rede pública, estes não conseguem ter um atendimento digno. “Se eu não tomar esse remédio, eu vou morrer”, falou Carlos. A doença de Carlos Frederico está em um estágio avançado, tem dificuldades para andar, falar e perdeu bastante peso por conta de seu problema de saúde. “Minha maior conquista é conseguir pelo menos usar o computador”, disse Barbalho, que utiliza a internet para se comunicar com amigos e parentes. O remédio que precisa tomar é conhecido por diversos nomes populares, entre eles o Parkidopa. É feito a partir de duas substâncias chamadas de Lovodopa e Carbidopa, juntos produzem a dopamina, neurotransmissor que ajuda a diminuir os movimentos involuntários, sintoma típico das pessoas que tem Parkinson. Seu sustento vem da aposentadoria por invalidez, que não é suficiente para os custos do lar e muito menos para comprar os remédios. Então, Carlos pegava os medicamentos na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat).
Remédio é feitor a partir das substâncias chamadas de Lovodopa e Carbidopa.
Mas, o remédio deixou de ser distribuído na Unidade e começou a ser entregue nos postos de saúde do município. Nem todos o tinham e Carlos foi a vários postos para procurar, pelo menos, uma caixa. De acordo com Telma Praxedes, diretora da Unicat, o fármaco deixou de ser distribuído por determinação do Ministério da Saúde, em 2010, em que dizia que o município seria responsável pela entrega de remédios considerados de saúde básica.Por conta desse problema, Carlos acionou a Justiça para obrigar a Prefeitura do Natal a distribuir o fármaco para ele. A 1ª Vara da Fazenda Pública intimou, com caráter de urgência, no dia 19 de março de 2012, que o Executivo fornecesse o remédio. A determinação judicial obrigou que o entregasse no prazo de 10 dias. Mais de um mês depois da intimação, Verônica Barbalho falou que ainda não recebeu as caixas e que só estão conseguindo o fármaco através de doações de amigos e parentes. A equipe do portal Nominuto.com foi atrás do setor de compras da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para questionar o porquê da demora. O responsável pelo setor afirmou que já fizeram um empenho junto a distribuidora do medicamento e que até o dia 16 de maio o remédio chegará a Unidade Especial de Dispensa de Medicamentos (PROSUS), local onde Barbalho pegará o remédio. Ao ser perguntado sobre a demora, o responsável disse que o trâmite na hora de comprar os medicamentos faz com que a entrega demore. ”A gente quase nunca consegue distribuir os remédios no prazo estipulado judicialmente”, disse.
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