Já se vão três meses desde que a governadora Rosalba Ciarlini prometeu reajustar o valor pago pelo litro dentro do programa do leite de R$ 0,80 para R$ 0,83. E faz um pouco menos que, diante da pressão dos produtores, ela anunciou que pagaria R$ 0,93 pelo litro – uma diferença de R$ 0,13 em relação ao valor que existia antes. Até o começo da tarde de ontem, sexta-feira (3) porém, nem o valor referente à primeira quinzena de julho e nem os resíduos retroativos ao reajuste prometido desde maio haviam sido depositados.
Ontem pela manhã, preocupados com o atraso e sem saber como pagariam os compromissos, produtores telefonaram para a reportagem denunciando o atraso. O vice-presidente do Sindicato da Indústria do Leite , Francisco Belarmino, confirmou a informação. Ele não soube explicar porque os valores ainda estavam retidos, apesar da crise que assola o setor. Informou apenas que, baseado na promessa de rejuste, parte dos produtores que haviam deixado de entregar leite ao programa voltaram a fazê-lo nas duas últimas semanas.Segundo apurou o JH, queijeiras no interior do Estado já estariam pagando R$ 1,10 pelo litro para poderem ter o produto. Mesmo assim, muitos produtores asseguram que o valor ainda seria insuficiente para cobrir seus custos de produção.
“Não entendemos porque uma decisão da governadora demora tanto tempo para ser cumprida”, afirmou Belarmino, no final da manhã de hoje. O programa do leite é resposável pela aquisição de 145 mil litros/dia de leite de vaca e outros 10 mil litros de leite de cabra. Segundo informaram fontes do setor esta semana, o número de pequenos produtores familiares a abandonarem o programa do leite teria aumentado muito neste primeiro semestre. “A disparada nos preços do milho e do farelo de algodão e a inexistência de bagaço de cana usado como volumoso para o gado – tudo isso agravado pelos baixos estoques de milho subsidiado na Conab -, vem fazendo com que muita gente abandone a atvidade de produzir leite no Rio Grande do Norte”, afirmou Belarmino.
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