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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

LUIS ALMIR DESABAFA: “PENSEI EM DESISTIR DA CANDIDATURA”

A Justiça Eleitoral no Rio Grande do Norte evita dizer que está “cumprindo a lei com rigor” neste ano. Contudo, alguns candidatos apontam excessos por parte dos fiscais eleitorais neste período de campanha. É o caso do radialista, apresentador de TV, cantor e candidato a vereador Luis Almir. No sábado, ele foi proibido de cantar em um bar na zona Norte de Natal, justamente, por poder caracterizar um “showmício”. A decepção com a proibição, inclusive, foi tão grande que Luis Almir cogitou abandonar a campanha. “Passei o pior dia dos pais de todos que já tive. Fiquei muito mal, chorei muito. Por pouco não reuni a imprensa no domingo mesmo e anunciei a desistência da minha candidatura, pois ficar sem cantar, para mim, é muito triste”, afirmou, emocionado ao lembrar do ocorrido, o candidato a vereador pelo PV.

A confusão envolvendo Luis Almir ocorreu no Bar do Caldo, em Igapó. O seresteiro contou a O Jornal de Hoje que estava “sentado com alguns amigos quando as pessoas começaram a pedir que ele cantasse algumas músicas, porque lá tradicionalmente tem música ao vivo e aquele sábado era especial, pois ocorria a ‘Seresta dos Pais’”. Animado com a recepção do público, Luis Almir se levantou e começou a cantar, mas foi por pouco tempo, pois logo em seguida ele foi proibido de cantar por fiscais da Justiça Eleitoral. “Foi uma coisa totalmente inesperada. Os fiscais com aquele colete preto, dizendo que não podia, que foi denúncia, que tinha que parar. Não estava fazendo política, distribuindo santinho nem nada do tipo. Fui apenas cantar, que é uma coisa que faço de graça há muitos anos. Tenho muitos defeitos e uma das minhas poucas qualidades é cantar, mas fui proibido”, contou.

Proibido de cantar pelos fiscais da Justiça Eleitoral, Luis Almir relembrou que ainda teve que ficar vendo o público, insatisfeito, cobrar por suas músicas. “Ficaram cantando ‘E agora, o que faço eu da vida sem você’, e eu chorando muito, sem poder acompanhar as pessoas nessa música tão maravilhosa”. Apesar da clara tristeza ao falar da situação, Luis Almir evitou criticar a atitude da Justiça Eleitoral. “Não estou nem querendo fazer uma crítica ao Tribunal Eleitoral, que é uma instituição que merece tanto respeito, mas a situação realmente foi complicada. Quando a pessoa está certa e procura seguir a legislação e é prejudicado dessa forma, fica muito triste”. Contudo, disse que pretende procurar advogados para esclarecer a situação e saber se, realmente, vai ter que ficar sem cantar, pelo menos, no período de campanha eleitoral. “Vou contatar alguns amigos meus para ver o que posso fazer. Não quero, realmente, ficar sem cantar”.

EXCESSO
Para o mestre em Direito Eleitoral e doutor em Direito Constitucional, Erick Pereira, houve excesso da Justiça Eleitoral no caso específico citado pelo candidato Luis Almir. “Se ele estava lá em um local fechado, não estava distribuindo ‘santinhos’, nem pedindo voto, não há porque ter sido tomada a atitude que foi. Acho que é um excesso de rigor na fiscalização”, avaliou Erick Pereira. Para fundamentar sua opinião, ele aponta o que é vedado na Justiça Eleitoral, que é justamente animar ato político. “O que não pode é isso, mas se ele estava em um local fechado e lá não havia a caracterização de um ato político, não tem o porque da atitude que foi tomada”. Em contato com O Jornal de Hoje na semana passada, o desembargador presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Saraiva Sobrinho, evitou a utilização do termo “excesso de rigor” no trabalho da Justiça Eleitoral no Rio Grande do Norte. Segundo ele, a Lei está apenas sendo aplicada e não “aplicada com rigor”.

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