O ano do partido Democrata pode
ser comparado a uma montanha russa: cheio de altos e baixos. Enquanto o partido
abriu os cofres para a campanha em Mossoró, fechou a “torneira” em todas as
outras cidades potiguares. Conseguiu vencer em cidades importantes do RN, mas
em Natal a desaprovação à gestão Rosalba Ciarlini chegou a casa dos 70%.
Começou o ano com o apoio do PR do deputado federal João Maia, mas está
terminando com o principal aliado, o PMDB, em dúvidas se segue ou não como
“situação” em 2013. Contudo, nenhum fato pode ser tão emblemático para
representar o momento incerto ao qual vive o DEM no Rio Grande do Norte – único
estado governado por ele no Brasil – que a decisão tomada pelo ex-prefeito de
Pedro Avelino, Milson Costa. Insatisfeito com a desatenção dos lideres
partidários e os rumos do Governo, Miro, como é conhecido, vai pedir
desfiliação do DEM, partido que ajundou a fundar quando ainda era PFL. Miro,
inclusive, se classifica como um fiel filiado ao sistema político liderado pelo
senador José Agripino, presidente nacional do DEM. Entretanto, desde que teve
início a gestão Rosalba Ciarlini, Miro tem percebido que não está recebendo a
atenção que merece por parte das lideranças. A decepção é total com o Governo,
tanto no aspecto administrativo, quando político. “Dois anos se passaram e a
governadora não conseguiu implantar as ações básicas para melhorar o Rio Grande
do Norte e o bem-estar do seu povo. Não funciona a agricultura, a saúde e a
segurança”, afirmou Miro, classificando os corredores dos hospitais estaduais
como “uma vergonha”. “Em Parnamirim, por exemplo, o atendimento está pior do
que o Walfredo Gurgel (em Natal)”.
O ex-prefeito Miro acredita que
no campo político, a situação também não está muito diferente. Classificando a
crise política pela qual atravessa o Governo Rosalba como algo “generalizado”,
o ex-prefeito acredita que não é acaso que a gestão Democrata enfrenta altos
índices de desaprovação nas pesquisas realizadas tanto em Natal, quanto no
interior do Estado. Para Miro, inclusive, neste aspecto político, há também uma
insatisfação na Assembleia Legislativa, principalmente, junto à própria bancada
e aos parlamentares do partido que, politicamente, não tem mais interesse em
defender do Governo. A situação de insatisfação na Assembleia Legislativa, por
sinal, já tinha sido apontada pel’O Jornal de Hoje mediante declarações de
deputados do PMDB e, confirmada em seguida, pelo líder da bancada governista na
Casa, o deputado estadual Getúlio Rego, do próprio DEM. Segundo ele, a falta de
dinheiro e “agenda” do Governo impedia que pleitos levados pelos parlamentares
a administração estadual fossem atendidos. No interior do Estado, a falta de
atenção da qual reclama Milson Costa foi bem vivenciada por boa parte dos
candidatos a prefeito do DEM. Afinal, enquanto a candidata Cláudia Regina, que
venceu as eleições em Mossoró, recebeu mais de R$ 1 milhão do partido, em
várias outras cidades, a sigla não doou nada para a campanha eleitoral.
REELEIÇÃO
Baseado nessa avaliação negativa tanto política, quanto
administrativa, Milson Costa acredita que Rosalba Ciarlini não terá condições
de pleitear a reeleição. A não ser que aconteça uma recuperação surpreendente
e, neste momento, totalmente inesperada, o que o ex-prefeito, sinceramente,
“não acredita que possa acontecer”. “Vou deixar o DEM porque estou magoado e decepcionado com a forma
como o DEM está sendo conduzido e com a falta de atenção dos dirigentes
partidários. Só adianta ser Governo se tiver condições para melhorar o Estado.
Do contrário, é melhor ficar na oposição. Só dessa forma o povo não cobra, nem
pede nada”, opina Miro Costa. “Com essa gestão, a governadora Rosalba só não
está numa situação de desaprovação igual a prefeita Micarla de Sousa porque não
tem tempo para isso. Contudo, se não mudar, ela ficará do mesmo jeito da
prefeita (afastada) de Natal”, avalia o antigo democrata.
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