Foi sepultado no fim da tarde desta quarta-feira (04) no município de Ferreiros, na Mata Norte de Pernambuco, o garoto Ronaldo da Cruz Silva, de 11 anos, que morreu após ser atingido por um disparo de arma de fogo pelo próprio pai, que o confundiu com um assaltante. No sepultamento do jovem, ocorrido no Cemitério Público de São Francisco de Assis, muita comoção por parte de amigos e familiares, que não aceitavam a partida do ente querido.
Centenas de amigos e familiares acompanharam cortejo que levou corpo do garoto até cemitério. Bastante transtornado com a tragédia, o pai Josinaldo de Araújo Silva, de 35 anos, não escondia a dor da perda e refletia, ainda inconformado, o sentimento de revolta contra si mesmo. Durante o velório, realizado na residência da família, o pai do garoto ameaçou se matar. Em estado de choque, a mãe de Ronaldo chegou a desmaiar e precisou ser amparada. Muito abalados com a morte, ambos não tiveram condições de comparecer ao enterro do filho. No incidente, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (04), Ronaldo foi atingido com um disparo feito pelo pai, que teria apenas efetuado um tiro de advertência, após suspeitar que um ladrão invadira a sua residência. A bala acertou o abdômen do garoto, que chegou a ser socorrida pelo próprio pai para o hospital local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu quando era transferido para o Hospital Municipal de Timbaúba. O corpo de Ronaldo foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) do Recife.
Segundo informações de familiares repassadas à polícia, a criança sofria de sonambulismo, um transtorno comportamental do sono. Ainda de acordo com a polícia, o garoto acordou durante a madrugada e se dirigiu a laje da casa onde morava. Foi neste momento que o pai do menino pegou a arma e foi verificar a movimentação estranha, efetuando o disparo logo em seguida. Depois do incidente, Josinaldo foi conduzido à Delegacia de Plantão de Nazaré da Mata, onde prestou depoimento e foi liberado para responder pelo crime em liberdade, uma vez que o delegado aceitou a alegação de que o tiro foi efetuado em legítima defesa. No entanto, Josinaldo, que não tinha a posse e nem o registro da arma, pode ser preso após a conclusão do inquérito.
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