Páginas

BUSCA NO BLOG

terça-feira, 29 de julho de 2014

COM HUMOR REVERENCIADO ATÉ HOJE, MUSSUM DEIXAVA SAUDADE HÁ 20 ANOS

Ele criou um idioma só dele, mas muita gente é fluente no “mussunês”. As terminações engraçadas foram parar em camisetas, memes na internet e até no Diário Oficial de Alagoas, que estampou um trecho cheio de citações mussúnicas: “Suco de cevadis é um leite divinis”. O personagem, aliás, não dispensava uma gelada – os copos de cerveja eram chamados carinhosamente de “ampolas” – e, claro, o famoso “mé”. Comediante de tempos em que o humor passava longe do politicamente correto, Mussum fazia graça de bar em bar não só na questão da bebida.

Morte do humorista Mussum completa 20 anos (globonews)

As piadas com a cor da pele também eram comuns e tudo ficava no campo da brincadeira. Difícil imaginar que um cara tão engraçado passou oito anos como militar da Aeronáutica e tinha um diploma de mecânico. Ele passaria longe dos motores e da graxa. Sua vocação era fazer rir, mas ele demorou a assumir, dizia que era só músico. Mussum cantava e tocava tamborim e reco-reco. Ficou conhecido com o grupo Originais do Samba, que emplacou vários sucessos. O samba, aliás, era sua grande paixão. Mangueirense de coração, tinha o ritmo na ponta dos pés e da língua. Foi diretor de harmonia da ala das baianas da escola verde-e-rosa. Na arquibancada, era rubro-negro fanático.

Apelido veio de um peixe
Mussum não trocava de escola de samba e de time de futebol, já de mulher... Ele teve cinco filhos, cada um de uma mãe diferente. O apelido dado pelo amigo Grande Otelo não foi à toa. Mussum é um peixe para lá de escorregadio. Os amigos são unânimes nos elogios. Antônio Carlos Bernardes Gomes era um sujeito carismático e educado.

Nascido em uma comunidade carente do Rio, ele ganharia definitivamente o país com Os Trapalhões. Junto com Didi, Dedé e Zacarias, ele se tornaria um dos humoristas mais famosos da TV brasileira.Mussum ganhava reconhecimento, mas não perdia a humildade. Foram quase 30 filmes com a trupe e duas décadas fazendo trapalhadas na telinha. Mas o coração, tão grande, precisaria ser trocado. O transplante aparentemente daria certo, mas as complicações, que eram esquecidas no dia a dia, apareceram no leito do hospital. Aos 53 anos, dava o suspiro derradeiro. Há 20 anos, o riso se transformava em lágrimas. Mussum, como ele mesmo dizia, “se pirulitava”. Seu legado de alegria, porém, permanece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário