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domingo, 17 de agosto de 2014

RECIFE TEM MADRUGADA DE DESPEDIDAS E COMOÇÃO COM CORTEJO DE CAMPOS E ASSESSORES

Filhos emocionaram pernambucanos durante cortejo com gesto simples (Roberto Ramos/DP/D.A.Press)

Dizer adeus a quem se admira, por si só, emociona o mais bruto dos humanos. Assistir a esposas, filhos ou amigos de longas datas carregando caixões, certamente, não faz com que lágrimas e aplausos sejam distribuidos em vão. E elas, as lágrimas, foram comuns e fartas. Era a tristeza transbordando pelos olhos ao assistir três dos cinco filhos de um homem erguerem um braço em sinal de força, bradando agradecimentos a rostos que se perdem na multidão, mas, ainda assim oferecem força.
carreata com corpo de Eduardo Campos
E eles, os aplausos, substituíram o silêncio para o qual as palavras insistiram em ceder espaço. Inclusive entre os profissionais de imprensa que cobriam, no exercício da profissão, a despedida de dois colegas de trabalho. Na viatura do Corpo de Bombeiros, do lado direito do ex-governador, o jornalista e assessor Carlos Percol, envolvido numa bandeira do Sport. Do lado esquerdo, o fotógrafo Alexandre Severo, coberto pelo escudo do Santa Cruz. Os restos mortais do cinegrafista e fotógrafo Marcelo Lyra seguiram direto da Base Aérea para velório no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. 


O cortejo fúnebre que envolveu a despedida de Eduardo Campos e dois de seus assessores, na madrugada deste domingo (17), se fez tão fora do comum como o próprio jovem e ambicioso político. Madrugada, com pancadas de chuva, longas esperas, caixões fechados. Nada que servisse de incentivo para as milhares de pessoas que, ainda assim, tomaram as ruas do Recife e seguiram um trajeto de 22 km, por 11 bairros, centenas de veículos. O ritual virou carreata e quase ninguém sabia. Muitos foram de última hora. Não faltaram banquinhos, colocados nas esquinas das casas para esperar passar o comboio. Nem celulares às mãos ou palavras de “meu presidente”.Ao chegar no Palácio do Campo das Princesas, após duas horas em cima de caminhões do Corpo de Bombeiros, os restos mortais de três das sete vítimas do acidente aéreo com o Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, registrado na última quarta-feira (13), em Santos, chegaram ao penúltimo destino. Expostos ao público, receberam, por volta das três da manhã, os primeiros cumprimentos de uma plateia que estava ali apenas para oferecer bons pensamentos ou o fruto de suas curiosidades, num velório que só terá fim na tarde deste domingo. 

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