A taxa de juros para as famílias chegou a 43,1% ao ano, em agosto, com redução de 0,1 ponto percentual, em relação a julho. Essa foi a primeira queda, deste ano, na taxa de juros para pessoas físicas registrada nos dados do Banco Central (BC). Para as empresas, também houve queda (0,3 ponto percentual), com taxa em 22,8% ao ano. Esses dados são do crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros para as empresas caiu 0,2 ponto percentual e 0,1 ponto percentual para as famílias e ficou 8% e em 8,1% ao ano, respectivamente. A inadimplência ficou estável em 0,5% para as empresas e em 1,8% para as famílias. O saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 2,864 trilhões em agosto, com alta de 1% no mês e de 11,1% em 12 meses. Esse saldo correspondeu a 56,8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, com alta de 0,2 ponto percentual em relação a julho. A inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) ficou estável em 6,6% para as famílias e subiu 0,1 ponto percentual para as empresas (3,6%).
Automóveis
Mesmo com as medidas anunciadas pelo Banco Central nos últimos dois meses para fomentar o crédito, em especial de automóveis, o setor não conseguiu decolar em agosto. Ao contrário, os financiamentos de veículos caíram pelo sétimo mês seguido e foram apontados como o principal freio na expansão dos empréstimos de forma geral para pessoas físicas. Apesar disso, o governo ainda acredita que os efeitos virão até o final do ano e que serão sentidos, justamente, nas vendas de carros.
Apenas em agosto, quando o BC praticamente impôs aos bancos uma meta de expansão de 20% sobre o primeiro semestre na carteira de crédito para automóveis, o recuo no estoque foi de 0,3% em relação a julho, para um total de R$ 184,6 bilhões. No ano, a queda já está em 4,2% até o mês passado, fruto da escassez de financiamentos para os veículos acentuada todos os meses desde o começo deste ano. No caso das concessões, que são os recursos liberados naquele mês sem somar os juros, a queda de julho para agosto foi ainda maior, de 2,8%, para R$ 7,7 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, admitiu que o crédito para veículos está segurando a expansão do financiamento total para pessoa física em 2014.
Números
0,2 ponto percentual. Foi quanto caiu a taxa para as famílias em empréstimos como os das área habitacional 11,1% Foi o crescimento no saldo das operações de crédito em 12 meses, até agosto, segundo o Banco Central
Nenhum comentário:
Postar um comentário