O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) denunciou cinco pessoas que se associaram, "de forma criminosa", segundo o órgão, para montar um esquema de pirâmide financeira sob o disfarce de “marketing multinível”, bem como pela negociação de contratos de investimento coletivo sem registro. De acordo com o MPF, os denunciados vão responder pela prática de crimes contra o mercado de capitais, o sistema financeiro e a economia popular e ainda por lavagem de dinheiro, "uma vez que se articularam para ocultar o patrimônio adquirido com os crimes praticados e para movimentar, em contas de terceiros, os recursos ilicitamente obtidos dos consumidores que se associaram ao chamado Sistema BBom".
A estimativa do órgão é que um milhão de pessoas investiram no “negócio”, cujo faturamento foi de R$ 2 bilhões. “Os cinco denunciados trabalhavam com a emissão de contratos de investimento coletivo e assim criaram uma gigantesca pirâmide financeira”, disse o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, autor da denúncia, em nota. Segundo o procurador, para dar uma aparência de legalidade ao “negócio”, os denunciados afirmavam tratar-se de um sistema de mercado multinível, baseado na venda de rastreadores. “Mas não havia a venda efetiva de rastreadores, tratava-se de um engodo para ludibriar as vítimas.”
Pirâmide financeira
No esquema, os integrantes são remunerados pela indicação de novos participantes no negócio, sem levar em consideração a quantia gerada pela venda dos produtos. Isso caracteriza o esquema de pirâmide financeira, ilegal no país.
Os interessados se associavam mediante o pagamento de uma taxa de cadastro, no valor de R$ 60, mais uma taxa de adesão, que variava de R$ 600 a R$ 3 mil, de acordo com o plano escolhido. Depois disso, a pessoa era obrigada a atrair novos associados e pagar uma taxa mensal no valor de R$ 79,90, pelo prazo de 36 meses. Quanto maior o número de novos integrantes, maior seria a premiação ou bonificação que seria oferecida pela empresa. O G1 não conseguiu localizar um representante da BBom para comentar a denúncia.
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