Deputados conversam, no plenário da Assembleia Legislativa, sobre pauta de votações/Anna Ruth Dantas
A finalização do pleito eleitoral intensificou as articulações para a escolha da nova mesa diretora na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Em curso, a sucessão do atual presidente da Casa, deputado Ricardo Motta (PROS), ganha novos personagens. Motta , que concluiu agora o segundo mandato à frente da mesa diretora, já trabalhava no projeto de continuar. Uma mudança no regimento interno, já aprovada, não considera como “terceiro mandato” a reeleição em legislaturas diferentes, mesmo que consecutivas. No entanto, o projeto de Motta passava também por um apoio do candidato ao Governo Henrique Alves (PMDB). Com a vitória de Robinson Faria (PSD) para o Executivo surgiu um novo candidato a presidente da Assembleia. O deputado estadual Gustavo Carvalho (PROS) e José Adécio (DEM), que aderiram às candidaturas de Robinson no segundo turno, tentam articular uma base de apoio para se lançarem candidatos. Nos corredores da Assembléia, os deputados estaduais não admitem, oficialmente, que as conversas estejam avançadas. Mas o fato concreto é que as articulações são muitas. Em comum, está a constatação de todos os grupos que a eleição de Robinson Faria mudou o curso do processo da escolha do novo presidente da Casa.
O deputado estadual Nelter Queiroz (PMDB) considerou muito cedo a discussão sobre a presidência da Assembleia, mas admitiu que na eleição para presidente sempre há interferência do governador. “É muito cedo. Acho que a Assembleia é quem vai decidir, mas claro que sempre há interferência de governo”, observou. Ele, no entanto, disse que Robinson Faria deveria dedicar atenção aos problemas do Estado. “Acho que o governador eleito (Robinson Faria) deve cuidar de coisa mais importantes. Ele conhece a Casa e não conhece o governo”, frisou. Nelter Queiroz disse ainda esperar do novo governador que não interfira na sucessão da Mesa Diretora da Assembleia. “Se ele for interferir fortemente poderá ser ruim para ele e para o Estado”, destacou. O deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB) observou que o processo sucessório é reservado a própria Casa e destacou que, embora no início possam surjir vários nomes, ele aposta em um consenso antes mesmo da disputa direta. “Naturalmente há sempre uma discussão em torno do nome da Casa.
E na maioria das vezes sai em linha de consenso”, destacou. Ele lembrou que na última eleição surgiram quatro candidatos, mas a articulação levou a “praticamente a unanimidade” em prol de Ricardo Motta. “Acredito que surgirão vários nomes, todos os 24 têm competência e capacidade para dirigir a Casa, aquele que melhor convergir as ideias, os propósitos e assim aglutinar o maior número de deputados poderá, mais uma vez, trabalhar para sair com um consenso ou perto disso”, completou. O deputado estadual George Soares (PR) acredita que o próximo governador deverá ter interesse em lançar um candidato próprio. Para o parlamentar do PR o cenário será traçado com o atual presidente Ricardo Motta enfrentando o candidato de Robinson Faria. “O próximo governador deve ter interesse de fazer um presidente vinculado a sua estrutura política. Não sei os compromissos, assumidos na eleição, para isso. Ricardo Motta deverá ser candidato a reeleição assim como o bloco de Robinson deverá ter um candidato”, avaliou. O deputado estadual Kelps Lima (PR) ressaltou que o Legislativo tem independência e noção da responsabilidade para ajudar o Estado. “Como a maioria (dos deputados) foi reeleita, vai ser muito mais determinante o ambiente interno da Assembleia do que qualquer intervenção externa”, comentou.
CANDIDATO
Citado como provável candidato apoiado pelo governador eleito Robinson Faria, o deputado estadual Gustavo Carvalho (PROS) negou que esteja trabalhando no projeto. “Esse assunto para mim está totalmente fora de pauta”, disse. Ele afirmou que a preocupação maior é para os projetos que estão tramitando no Legislativo. “Temos aqui discussões importantes, como orçamento do Estado e até tomar conhecimento de definição de bancada. Esse é o primeiro passo”.
O vice-governador eleito Fábio Dantas (PC do B), que é atual deputado estadual, disse que vai atuar na construção da conciliação para a eleição de presidente da Assembleia. “Estarei na Assembleia até primeiro de janeiro. Daqui até lá vamos dialogar, tentar conciliar. A Assembleia tem sempre um diferencial que é eleger no consenso”, comentou. Fábio Dantas disse que aposta na construção de um nome comum. “O importante é harmonia entre os poderes. No final ganha a sociedade”, ressaltou.
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