Caicoense Pedro Gurgel: ‘Food truck’ é aposta no ramo de alimentação/Humberto Sales
A alimentação fora do lar, em bares e restaurantes, é uma das atividades que mais crescem no país. O ramo de alimentos responde por mais de um milhão de pequenas empresas e abre a fronteira para novos segmentos. De carona em tradição de comida de rua popular em países da Europa e EUA, os food trucks – cozinhas adaptadas em automóveis – chegam a Natal como alternativa para quem quer montar um negócio. Dirigidos por chefs de cozinha, em geral, os caminhões, traillers e vans ganham as calçadas da capital trazendo pratos diversificados e até sofisticados – como em restaurantes de alto padrão – a preços mais acessíveis. Além do veículo, o “food truck” (comida de caminhão, em livre tradução do inglês) é visto entre os investidores, em Natal, como um conceito da nova comida de rua que inova no padrão de qualidade, com profissionais gabaritados e preocupados com a segurança alimentar.
Atrativos
O custo mais baixo de produção dos pratos – que pode chegar a 50% em alguns casos, na comparação com estabelecimentos convencionais-, a mobilidade que permite estar mais próximo e ampliar a clientela e o retorno do investimento em tempo mais curto são alguns dos fatores que fazem a receita dar certo. “É um mercado em crescimento sobretudo pela mobilidade e vantagem de ampliar a rede de clientes, além de custos menores do que em um restaurante ou bar convencional, mas é preciso estar atento ao público-alvo e a concorrência”, pontua a gerente da Unidade de Educação e Empreendedorismo do Sebrae/RN, Tathiane Udre. Mas para montar um veículo ao melhor estilo “truck” é preciso desembolsar boa soma e estar aberto a inovação. O investimento para quem deseja adaptar um veículo varia entre 45 mil e 250 mil, dependendo do tamanho e das especificações do automóvel. Além disso, é preciso investir em uma cozinha – além da instalada no veículo – onde é feita a produção dos alimentos que chegam ao local estacionado, já pré-prontos.
O The Box é o maior e mais equipado veículo de food truck do Brasil. “Investimos R$ 300 mil no caminhão e R$ 100 mil na cozinha industrial. Esperamos um retorno do investimento em 20 meses”, disse o empresário caicoense Pedro Gurgel, que é sócio. Por ora, ele afirma que não é possível falar em faturamento. O empresário migrou de um bar para o novo ramo e diz que a proposta de estar mais próximo a clientela sobretudo em ocasiões em que um empreendimento fixo teria baixa no movimento foi uma das motivações. “A mobilidade permite que a gente leve o nosso produto a um veraneio em Pirangi, a um feriado em Pipa, o carnaval, enfim, abre possibilidades de estar em locais diferentes”, disse. Com sete funcionários e enquadrado no Simples nacional, Gurgel reconhece que ainda há muita informalidade no novo setor. E defende que é preciso regulamentar a atividade, como já ocorre em São Paulo. “É necessário uma legislação que regulamente a atividade e estabeleça o mesmo padrão de segurança alimentar exigido em lei”, afirma.
*620 Empreendedores individuais foram formalizados em 2014, na área de alimentação no RN, somente pelo Sebrae
*1 milhão de negócios no ramo de alimentação no Brasil
*50% mais baixo é o custo de produção sob quatro rodas
*15,3% dos optantes do Simples no RN são ligados a alimentação
*9,55% dos micro empreendedores individuais no RN são do ramo de alimentação
*Veja quanto os restaurantes sob quatro rodas podem movimentar
Investimento:
R$ 250 mil é o custo médio do caminhão equipado com cozinha. Sem contar custo com a cozinha paralela de produção dos pratos. Estruturas menores como trailers custam a partir de R$ 45 mil a R$ 60 mil.
Exigências:
Não há uma legislação específica. Em geral, os carros são estacionados em frente a calçadas de espaço privados em acordo/contrato entre os donos. Apesar da não regulamentação, há uma preocupação com o manejo e segurança alimentar.
*Vendas média:
Dependendo do porte e da especialidade do cardápio, pode chegar a R$ 1,8 mil em um dia de trabalho.
*Retorno do investimento:
Em torno de seis meses a 1,8 ano, dependendo do porte do investimento.
Linha de crédito para montar o negócio: Para microempresas há crédito para investimento, aquisição de equipamentos, capital de giro (AGN, Crediamigo, BB e CEF e bancos particulares).
Custo* médio para abertura de empresas (por tipo):
Limitada:
R$ 900,00 taxas da Jucern + DARF (Documento de Arrecadação Fiscal) incluindo o contador que cobra em média um salário mínimo vigente.
*Firma Individual:
R$ 800,00 taxas da Jucern + DARF (Documento de Arrecadação Fiscal) incluindo o contador que cobra em média um salário mínimo vigente.
(*) Não considera custos com alvará de funcionamento da prefeitura que varia de acordo com o bairro, a atividade empresarial e área em metros quadrados da empresa.
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