Alberto Youssef internado em hospital de Curitiba (Reprodução)
O doleiro Alberto Youssef prestou novo depoimento na tarde desta segunda-feira à 13ª Vara Federal do Paraná. Ele deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso, para ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro e pelo procurador da república Roberson Pozzobon. O doleiro e três comparsas foram ouvidos sobre o envolvimento do grupo na lavagem de dinheiro do mensalão. A participação de Youssef no maior escândalo de corrupção do país, montado no governo Lula, foi uma das descobertas da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que desvendou um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de 10 bilhões de reais e desviou recursos dos cofres da Petrobras para o bolso de partidos e políticos.
Também prestaram depoimento nesta segunda-feira o doleiro Carlos Habib Chater, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, e Ediel Viana, braço-direito de Chater. Pereira da Costa ajudava Youssef na administração de empresas de fachada. Foi a primeira vez que Youssef se apresentou à Justiça desde que recebeu alta hospitalar há duas semanas. De acordo com a denúncia que originou a ação penal, Youssef ajudou o ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010, a esconder a origem de parte do dinheiro recebido pelo parlamentar no mensalão. O doleiro operou a lavagem de 1,16 milhão de reais dos 4,1 milhões de reais recebidos por Janene. O esquema de lavagem de dinheiro utilizou a indústria Dunel, de Londrina (PR).
Doleiro Alberto Youssef presta depoimento à Justiça Federal do Paraná por envolvimento no mensalão
Como parte da estratégia de lavagem de dinheiro, Janene virou sócio da Dunel, como se fosse um investidor interessado no crescimento do negócio. Mas a investigação constatou que o objetivo era, na verdade, encontrar um duto para desviar recursos para empresas de fachada comandadas por Youssef e dar aparência legítima ao dinheiro do mensalão. Além de Youssef, familiares de Janene também foram denunciados. A filha do ex-deputado, Danielle Janene, e o primo Meheidin Hussein Jenani, ajudaram na operação da indústria. O irmão de Janene, Assad Jannani, contribuiu na ocultação de ativos desviados da indústria Dunel, ainda de acordo com o Ministério Público.
O doleiro Carlos Habib Chater, um dos pivôs da Operação Lava Jato, também participou do esquema de lavagem de dinheiro do ex-deputado. Se fosse vivo, José Janene também seria acusado, segundo o MPF. A investigação foi aberta em 2009, quando um sócio enganado por Janene desconfiou do esquema. A partir deste inquérito, a Polícia Federal constatou que Youssef descumpriu acordo de delação premiada firmado com a Justiça e voltou a praticar crimes. Este foi o princípio da Operação Lava Jato. A polícia também constatou que o doleiro era o verdadeiro dono da corretora Bônus-Banval, uma das fontes dos recursos do mensalão
Nenhum comentário:
Postar um comentário