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segunda-feira, 22 de junho de 2015

AGNELO ALVES, O JORNALISTA POR ALUÍSIO LACERDA


Jornalista com vastíssima experiência, Agnelo Alves adotava o método socrático antes de expor suas teses nas conversas de bastidores. Perguntas simples e aparentemente ingênuas.

“Nunca consegui olhar para Agnelo Alves como político profissional. Nossa conversa até poderia ser iniciada com temas políticos, administrativos ou políticas públicas. Mas o jornalismo sempre predominava. Isso facilitava muito a nossa conversa. Como tornava mais fácil a gestão do executivo Agnelo Alves, a quem o município de Parnamirim deve muito.”

Como líder maior do vizinho município, o prefeito Agnelo Alves foi peça fundamental na vitória da ex-prefeita de Natal, Wilma de Faria, nas eleições gerais de 2002. O meu primeiro encontro com o prefeito (com o jornalista foi na campanha de Agenor Maria, 1974) de Parnamirim foi em dezembro daquele ano. Ele, Agnelo, coordenava um pequeno grupo que traçava algumas diretrizes, a pedido do novo governo. Uma vez por semana (foram três encontros apenas), François Silvestre, Paulo César Medeiros e este redator tinham encontro marcado no gabinete particular de Agnelo, em Parnamirim.

Não produzimos nada além de três laudas tamanho ofício, fonte 12. Alguns conceitos e poucas diretrizes. Nada de plano de governo. Coisas práticas do tipo “o Estado tem governo, vamos trabalhar”. François nem quis ficar com a cópia.

Na única visita que Agnelo fez ao Centro Administrativo (Governadoria) eu estava lá (havia chegado ao governo em outubro de 2004). Tinha demandas como prefeito, mas não tocou no assunto. O ano era 2006, Wilma em campanha pela reeleição. Eu estava temporariamente sentado na cadeira da chefia da Casa Civil. Avisaram à governadora sobre a presença do prefeito. Wilma entrou pela porta que dá acesso ao salão de despachos: “Bom dia, Agnelo. Seja bem-vindo”. Resposta curta de Agnelo: “Estou fazendo uma visita ao colega Aluísio Lacerda. Tenho uma dívida com o jornalista Lacerda”.

O governo estadual, repito, tinha algumas pendências com o município de Parnamirim, mas Agnelo não passou recibo, não tocou no assunto. Queria apenas tomar um cafezinho e agradecer duas notas que eu havia publicado na coluna “Entrelinhas”, do Jornal de Hoje. Agnelo, preocupado com a saúde, fazia viagens frequentes a São Paulo. Numa dessas viagens fiz o texto de dez linhas. Que mostrava ao leitor ser o jornalista Agnelo Alves o principal vigia dos passos do prefeito Agnelo Alves. Daí o sucesso de sua administração no vizinho município.

Jorge Cunha ampliou as duas notas do jornal e colocou numa moldura. Houve até “inauguração” da nova peça afixada na parede do gabinete do prefeito. Com direito a sucos, refrigerantes, café e um bom papo.

Saudades de Neco.

Meus cumprimentos à ilustre família.

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