Com o propósito de alinhar informações que subsidiem o debate sobre a
metodologia para o reajuste do Piso Salarial do Magistério foi realizada na
última sexta-feira, 18 de dezembro, a segunda reunião do fórum de negociação do
Piso com a presença de representantes do MEC (SASE), INEP, FNDE e Undime, CNTE e
Consed. O Secretário da SASE, Binho Marques, conduziu a reunião e afirmou que o
Fórum deve identificar a possibilidade de negociação e contribuir para uma
agenda positiva sobre o tema onde não haja retrocesso. “Esse fórum é muito
qualificado e tem condições de pactuar melhores condições de remuneração”, disse
Marques.
A assessoria técnica da SASE/MEC apresentou estudo do FNDE demonstrando que o
repasse do FUNDEB nos últimos 5 anos está equilibrado à previsão de receita e
despesa dos municípios, contrapondo-se aos relatórios do Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em
que há uma grande defasagem entre o que é previsto e o que é executado. Diante
da divergência de dados, o Fórum deliberou que deverá ser criado um grupo de
trabalho com o apoio de técnicos para analisar a questão. O assessor técnico do
SASE, Sérgio Roberto, apresentou um exemplo do município brasileiro cuja
realidade local do plano carreira do magistério se assemelha a vários municípios
no País.
De fato positivo, a tendência de melhora na formação, uma vez que boa parte
dos profissionais está concentrada no nível três da carreira, com pós-graduação.
Por outro lado, estudo também mostrou que há uma discrepância entre as horas
ofertadas para a docência e o elevado número de profissionais. Essa diferença
gera uma despesa alta e desnecessária na folha de pagamentos, que pode exercer
um impacto negativo sobre o pagamento do valor do piso. O presidente da CNTE,
Roberto Leão, elogiou a apresentação. “Essa tabela permite fazer uma avaliação
bem próxima a realidade. O MEC tem condições de criar parâmetros para a
construção das carreiras e interferir como deverão ser constituídas as equipes
pedagógicas”.
Reajuste - A reunião também tratou do índice de reajuste do
Piso do Magistério para janeiro de 2016, de 11,36%, pago aos profissionais em
início de carreira, formação de nível médio e carga horária de 40 horas
semanais. O vice-presidente da CNTE Milton Canuto disse que, baseado na
arrecadação até o dia 17 de dezembro disponível no site da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN), está correta a previsão do percentual divulgado em novembro. Já
os representantes da Undime, Alesso Costa, e Consed, Eduardo Deschamps,
sugeriram que o MEC solicite que a STN divulgue uma nota técnica sobre a
necessidade de emitir uma nova portaria com o percentual de reajuste a ser
aplicado.
Marta Vanelli, secretaria geral da CNTE, enfatizou que a nota técnica não
pode ser entrave para pagamento do piso já em janeiro. “A CNTE tem disposição de
discutir a fórmula de reajuste, bem como o mês de referência para concessão do
aumento, só que valendo a partir de 2017.” Leão também reforçou a posição da
CNTE. “Não temos condições de aceitar que o reajuste do piso não aconteça em
janeiro de 2016”.
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