
Tubarão-tigre é uma das espécies mais agressivas de tubarão. (Foto: Albert kok/Wikipedia)
Um homem teve a mão e parte do antebraço direito arrancados por uma mordida de tubarão quando fazia snorkel na praia do Sueste, em Fernando de Noronha, no fim da tarde de segunda-feira, 21. O acidente teria ocorrido por volta das 17h45 segundo fontes ouvidas pela reportagem. A vítima é um turista do Paraná de 33 anos, segundo nota oficial divulgada pela administração da ilha. Ele foi levado para o Hospital São Lucas (o único da ilha), onde recebeu atendimento de emergência, com o apoio de um cirurgião, um ortopedista e um anestesia que também estavam no local à passeio. Sua condição de saúde era estável e ele foi transferido de manhã numa UTI aérea para o Hospital da Restauração, no Recife (PE).
A Baía do Sueste ficará interditada para banho nesta
terça-feira, 22. “O engenheiro de pesca Léo Veras obteve uma autorização
especial para mergulhar no local hoje. O Instituto Chico Mendes de
Biodiversidade irá proceder investigação, convidando especialistas,
pesquisadores de tubarões, para contribuírem no caso”, diz uma nota divulgada
pela administração da ilha às 6h30. Suspeita-se que a espécie envolvida no
incidente seja um tubarão-tigre. Não há informações, por enquanto, sobre o que
teria motivado o ataque – por exemplo, se o homem tentou interagir com o animal
de alguma forma, ou foi atacado de surpresa. O Sueste é uma praia conhecida por
suas águas rasas e tranquilas, que atraem um grande número de tartarugas
marinhas, e por isso é um local muito procurado pelos turistas.
Acidentes com tubarões são extremamente raros em Fernando de
Noronha (este talvez seja o primeiro ataque registrado), apesar do grande número
de banhistas e mergulhadores que visitam a ilha regularmente. O tubarão-tigre
(Galeocerdo cuvier) é uma espécie particularmente mais agressiva. “Para que se
possa entender o incidente é fundamental reunir o máximo de detalhes possível,
incluindo a profundidade e distância da praia onde ele ocorreu; hora do dia e
condição da maré; situação da vítima (se sozinho ou acompanhado de mais pessoas)
e seu comportamento na água (conversei com diversos moradores da ilha e há pelo
menos um relato de que o banhista teria chutado o animal, talvez
inadvertidamente)”, disse à reportagem o ambientalista José Truda Palazzo Jr. O
coordenador da campanha Divers for Sharks e um dos responsáveis pela criação do
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, em 1988 diz que “o caso é
raríssimo, inédito mesmo em Noronha. O melhor que se pode fazer nesse momento é
estudar o incidente da forma mais detalhada possível para tentar entendê-lo.”
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