
Parede do canal da Transposição está com problema e vaza água - (Foto: Reprodução / TV Grande Rio)
Uma parte da parede no Eixo Norte do Canal de Transposição do
Rio São Francisco em Cabrobó
está cedendo e a água represada para teste da obra está vazando. O desperdício é
motivo de lamento de agricultores que aguardam a liberação da água do canal.
Segundo os moradores esta não é a primeira vez que há problemas na construção
que já dura cerca de oito anos. “É a quarta vez que acontece isso aí. Tem uns
cinco meses que teve um problema e vem se repetindo”, disse o agricultor, Nilson
José da Silva. A obra da transposição foi idealizada para beneficiar 12 milhões
de pessoas que convivem com a seca.
O canal também deverá beneficiar quase 400 municípios de quatro
estados do Nordeste. A obra, organizada em dois eixos de transferência, Norte e
Leste, estava orçada inicialmente em R$ 4.5 bilhões e deveria ficar pronta em
2014. Mas, com o adiamento da obra, um novo prazo foi estipulado e o valor foi
elevado para cerca de R$ 8,2 bilhões. Além da parte já comprometida, outros
pontos do canal já apresentam risco de mais problemas e a estrutura já indica
que poderá não resistir à pressão da água. A tristeza em ver a água do Rio São
Francisco ir embora está nas palavras do agricultor Eduardo Gonçalves. Ele
lamenta ver que a água, que poderia estar sendo utilizada para seu plantio, seja
desperdiçada. “A gente precisa de água no riacho grande para trabalhar. Uma água
medida para todo mundo trabalhar e isso está sendo muito difícil”, disse.
O agricultor Nilson José da Silva até sonha com a finalização
do canal. Mas o vazamento o deixou preocupado. “A gente queria (a transposição)
de outra maneira, mas nessa situação aí fica difícil. Vai atrasar tudo”,
ressaltou o agricultor Nilson. A parte do canal onde está com o vazamento fica
entre a barragem de Tucutu e o município de Terra Nova. A primeira estação do
Eixo Norte da Transposição em Cabrobó foi entregue pelo governo federal no dia
20 de agosto de 2015. Na ocasião a primeira estação foi acionada pela presidente
Dilma Rousseff. Em nota, o Ministério da Integração Nacional afirmou que a
situação tem sido acompanhada de perto e que o vazamento já foi reduzido. Mas a
inspeção do local e a análise da causa do vazamento, só serão feitas depois da
contenção da água e com o canal seco.
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